ALERTA
SURTO DE INFECÇÕES CAUSADAS POR MICOBACTÉRIAS
DE CRESCIMENTO RÁPIDO PÓS-PROCEDIMENTO CIRÚRGICO
Em decorrência do surto de infecções causadas por micobactérias de crescimento rápido (Mycobacterium abscessus), detectado em Curitiba, a exemplo de várias outras cidades de pelo menos 14 Estados brasileiros;
Considerando a necessidade de se obter uma investigação transparente e objetiva capaz de contribuir para prevenção e controle dos casos de infecção, face aos riscos de agravamento da doença e expansão para outras regiões do Estado;
E pelas implicações legais passíveis de responsabilização criminal, civil e administrativa imputáveis aos estabelecimentos médico-hospitalares e aos profissionais de saúde, sobretudo na caracterização de casos de omissão na assistência e na notificação,
A FEHOSPAR e a AHOPAR recomendam a todos os estabelecimentos que realizam procedimentos cirúrgicos e profissionais de saúde, em especial as Comissões de Controle de Infecção Hospitalar (CCIHs) e laboratórios de microbiologia, para que estejam atentos para detectar pacientes com sinais clínicos e/ou laboratoriais de infecções por micobactéria, tendo a responsabilidade de NOTIFICAR os casos suspeitos à vigilância epidemiológica de seu município, que, por sua vez, informará a Regional de Saúde (são 22 distribuídas no Estado)- Seção de Vigilância em Saúde – e ao nível central da SESA – Departamento de Vigilância e Controle
Como medida de investigação do surto atual, recomenda-se ainda implementar vigilância pós-alta para infecções em pacientes cirúrgicos, que profissionais sejam estimulados a solicitar pesquisa e cultura para micobactéria das secreções e biópsias realizadas, implicando na reintervenção (a remoção cirúrgica de corpos estranhos é imprescindível e o desbridamento de tecidos infectados é fundamental para o sucesso terapêutico), e que o material clínico deve ser coletado pelo médico assistente e encaminhado ao laboratório (LACEN).
As entidades representativas dos hospitais ressaltam ainda pra a observância dos protocolos clínicos e das orientações terapêuticas, presentes em informe técnico da ANVISA/Ministério da Saúde de 12 de dezembro e reunidos na Nota Técnica 03/07, de 28 de dezembro de 2007, emitido pela SESA, CECISS e APARCIH. A referida nota técnica está disponível no site da FEHOSPAR (www.fehospar.com.br) e da SESA (www.saude.pr.gov.br).
Na próxima segunda-feira, 14 de janeiro, a partir das 15h30, haverá reunião no auditório da Secretaria Estadual da Saúde (Rua Piquiri, 170, Rebouças), em Curitiba, para discussão de estratégias e propostas de ações para a prevenção e controle da infecção por Mycobacterium abscessus junto às entidades representativas envolvidas, incluindo Vigilâncias Sanitárias, Conselho Regional de Medicina, Sociedade Paranaense de Infectologia, FEHOSPAR, AHOPAR e também o Ministério Público, para acompanha com especial atenção – e preocupação – a questão, acenando com a responsabilização criminal àqueles que negligenciarem o processo de prevenção, investigação ou contenção do surto infeccioso.
Curitiba, 10 de janeiro de 2008.
Arthur Leal Neto, Presidente da FEHOSPAR
Renato Merolli, Presidente da AHOPAR