Um termo aditivo assinado entre a Secretaria Municipal de Saúde, Irmandade Santa Casa de Londrina e o Hospital Evangélico na manhã de ontem vai repassar recursos da ordem de R$ 400 mil para o pagamento de profissionais do setor de urgência e emergência. A parceria vai dar suporte ao trabalho dos profissionais do Samu, Siate e aos atendimentos encaminhados pelo serviço básico de saúde do município.
A assinatura foi feita no gabinete do prefeito Nedson Micheleti, depois de um ano de negociação com os hospitais que, juntos, são responsáveis pelo atendimento de 70% da população de Londrina, através do Sistema Único de Saúde (SUS). Os repasses já estão garantidos para o mês de abril e os recursos sairão dos 26% dos valores aplicados pelo município na área da saúde.
O Hospital Evangélico, que atende 24 especialidades, passa a receber R$ 155 mil por mês, enquanto a Santa Casa, que atende 34 especialidades, receberá R$ 217 mil mensais. Os valores cobrem os 53% dos plantões realizados à distância pelos médicos, hoje já bancados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os outros 43% são cobertos pelos planos de saúde. Além desses valores, o convênio vai repassar um complemento de R$ 60 por procedimento feito pelos especialistas em cada um dos plantões. O SUS já paga uma média de R$ 150 na fatura para cada médico de plantão.
Para a secretária de Saúde do município, Marlene Zucoli, o convênio vem atender a uma necessidade antiga dos profissionais, que trabalhavam com uma baixa remuneração, dificultando inclusive a contratação nesse setor. ”Estamos fazendo a nossa parte em relação ao SUS. Precisamos garantir o atendimento de qualidade à população.”
Com o complemento, a Santa Casa passa a receber R$ 266 mil, que serão aplicados no setor de urgência e emergência (R$ 217.200), trauma infantil (R$ 10 mil) e UTI neo-natal e pediátria (R$ 38.912). O Hospital Evangélico passa a aplicar R$ 155 mil no setor de urgência e emergência, R$ 19,8 mil nos setores neo-natal e pediatria e outros R$ 26 mil para gestação e alto risco, num total de R$ 200,8 mil.
”Nos últimos anos tínhamos muitos problemas em conseguir profissionais para atuar nessa área em função da baixa remuneração. Os valores hoje ultrapassam os recursos pagos pelos convênios. Somos privilegiados por termos gestores com essa visão social”, afirma o diretor superintendente da Santa Casa, Fahd Haddad.
”Saímos do caos. Os recursos repassados pelos convênios eram insuficientes para cobrir os custos. Sem o convênio não teríamos condições de ter esses profissionais para atender a população”, disse o diretor geral do Hospital Evangélico, Luís Koury. O prefeito acredita que a negociação ”chegou a um bom termo”.