A superlotação e a precariedade no atendimento do Hospital de Urgência de Goiânia, com 202 leitos, tido como maior pronto-socorro de Goiás, virou caso na Justiça. Segundo o Ministério Público, de 700 mortes registradas no local no ano passado, 43% teriam ocorrido por "descaso" e "negligência". Por isso, o promotor Marcelo Celso Celestino anunciou que vai entrar com ação contra o governo de Goiás.
De acordo com o promotor, a maioria das mortes é de pessoas que deram entrada em estado grave, vítimas de acidentes, atingidas por disparos e que sofreram traumas. Mas, acabaram "escanteadas no hospital", por falta de vaga em leito, por exemplo.
Segundo o médico Sebastião de Abreu, diretor-técnico do hospital, não há como impedir a superlotação. "O hospital tem 202 leitos, mas agora temos 269 pacientes internados", disse. Ele evitou comentar os números do MP. Porém, disse que superlotação gera riscos e desgastes diários para a equipe. "A superlotação dificulta o atendimento do paciente de urgência", disse Abreu. Segundo o diretor-técnico, que responde interinamente pela direção do hospital, a superlotação se deve a ambulâncias transportando pacientes em estado grave que saem de todas as regiões e cidades do Estado em direção ao local.