Embora as empresas de setores ligados à saúde listadas na Bovespa – separadas entre companhias que fornecem serviços médico-hospitalares e laboratórios – estejam entre as que têm pouca liquidez na bolsa paulista, algumas delas vêm demonstrando bom desempenho desde seu IPO (oferta pública inicial de ações, na sigla em inglês). Um exemplo é a Dasa (Diagnósticos da América), que se valorizaram mais de 102% desde a abertura de capital, no final de 2004. Os papéis, lançados na Bovespa a R$ 19,86, fecharam a sessão de ontem a R$ 40,30.
No entanto, esse desempenho é uma exceção. Como a maioria das corretoras e bancos de investimentos que cobrem os papéis do setor, não elaboram relatórios sistemáticos de acompanhamento individual das companhias, algumas acabam sendo mais penalizadas pela baixa geral da bolsa. Investidores avessos ao risco, recuam da posição nesses papéis – conhecidos como small caps – para vender ações de maior liquidez, como Vale e Petrobras em um segundo momento. Esse movimento pode ser percebido pelas ações das duas operadoras de saúde. Uma delas é a Medial, cujos papéis desabaram mais de 23% de setembro de 2006 até ontem, quando foram negociados, no fim da sessão, a R$ 16,51.
Algo similar ocorreu com as ações de uma de suas concorrentes, a Amil, que recuaram 10%, do fim de outubro do ano passado, para o valor de R$ 12,60.
Expectativa
A Drogasil, segunda maior rede de drogarias do Estado de São Paulo e quarta do País, é uma das companhias que já chama a atenção das principais corretoras e bancos de investimento. "Temos de dividir sua história
No primeiro trimestre deste ano, a Drogasil registrou crescimento de 37% de sua receita líquida de vendas, que alcançou R$ 253 milhões. "Foi um destaque entre as empresas de varejo. Esperamos um segundo trimestre ainda melhor. Pesou favoravelmente o aumento de guidance (projeção) de 30 lojas para 50 lojas, o que está alinhado com a estratégia de expansão", diz um analista de corretora que pediu para não ser identificado.
O fato de ter entregue aos investidores o crescimento e as estratégias com as quais se comprometeu durante o processo de abertura de capital, ocorrido em julho do ano passado, é, na avaliação da empresa, o que tem evitado o recuo das ações em um momento de aversão ao risco. "Porém, em nossa visão, o papel só conseguirá desenvolver liquidez quando outras empresas que operam com a mesma atividade que a nossa abrirem o capital e a comparação conosco for mais adequada", diz o diretor-executivo, da Drogasil, Claudio Ely.