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Benefícios da comunicação aceleram adaptação ao TISS

A melhora da relação entre operadoras e prestadores, fruto da instalação do diálogo entre os atores do sistema suplementar, reflete-se, inclusive, nos resultados de implantação do TISS. Segundo pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Saúde (CNS), apresentada durante o Seminário de Avaliação do Impacto Sócio-Econômico do TISS, o avanço na comunicação entre as partes deve levar a outros desdobramentos da implantação do TISS. Isto é, a simples padronização será o “pontapé inicial” para outras políticas e diretrizes em saúde, como a criação e adoção do cartão saúde e a melhora, também, da comunicação entre a saúde privada e pública.

A boa relação firmada entre operadoras e prestadores, especialmente desenvolvida com a formação do Copiss, tem permitido que todos os atores pensem, conjuntamente, em soluções para que todos cheguem a um denominador comum, que é, neste momento, o alinhamento da troca de informações.

Entre os benefícios citados pela pesquisa da CNS com a implantação da padronização estão não apenas a melhora da comunicação entre prestadores e operadoras, mas também a diminuição da burocracia, dos custos administrativos e dos erros e fraudes, com um ganho especial, ainda, de economia de tempo. Ainda se espera ganhar, com o TISS, a possibilidade de formulação de políticas de saúde, tendo como base os dados epidemiológicos da população assistida, bem como espera-se que haja uma racionalização das informações, levando à melhora da qualidade da atenção à saúde. Sem esquecer, claro, da redução no tempo de pagamento e das glosas por erro de preenchimento.

A pesquisa foi realizada com 124 hospitais dos estados da Bahia, Espírito Santo, GO, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina. Destes, 51% atendem apenas a saúde privada, enquanto 36% prestam serviço tanto aos usuários dos planos de saúde quanto aos do SUS.

O levantamento também mostrou que, hoje, o envio das informações é feito, em 81,5% dos casos, tanto em papel quanto de forma eletrônica. 6,5% dos hospitais pesquisados fazem a troca de informações apenas por meio eletrônico e 11,3% apenas por guias de papel.

Quanto à conectividade, a maioria dos estabelecimentos (58,87%) utilizam mais de um tipo – site do convênio, portal e outros. O uso do site do convênio é adotado, exclusivamente, por 15,32% dos hospitais. Além disso, de acordo com o estudo, 73% dos entrevistados disse ter recebido o demonstrativo de pagamento das operadoras.

Já a devolução de guias de papel por erro de preenchimento também demonstra que a padronização do documento facilitou a vida dos hospitais. Dos pesquisados, 66,9% disseram que tiveram um volume pequeno de devoluções, contra 22,6%, que afirmaram ter tido um número médio de devoluções e 8,9% disseram ainda ter muitos casos.

Para o presidente da CNS, Dr. José Carlos Abrahão, todos os dados apontam para a melhora na relação prestadores e operadoras. “Até porque o diálogo está instalado e ele não tem retorno. Não se deixa de ter diálogo. Ele existe de várias formas, vários interesses, algumas vezes até opostos, mas isto atende a toda a cadeia produtiva da saúde. Cada um sabe que precisa respeitar a parte de todos os envolvidos”, disse. Ele ressaltou, ainda, que cada uma das partes tem a preocupação de, por um lado, executar o seu serviço da melhor forma possível, um nível de exigência cada vez maior por parte do usuário e, do outro lado, quem financia o sistema, com a preocupação da gestão, do quantitativo do custo disso. Mas, apesar de ainda haver algum conflito, é possível perceber as pessoas caminharem para um ponto de equilíbrio, de uma melhor convivência. E os benefícios disso serão usufruídos por todo o setor.