Muita saúva, pouca saúde, os males do Brasil são". Infelizmente, ainda é tristemente válida essa frase de Mário de Andrade, criada nos anos 20. Um dos setores mais mal resolvidos do País continua sendo exatamente o da saúde. Quando se vê a estrutura o SUS temos uma tentação de sentirmo-nos no primeiro mundo. A União é o principal financiador da saúde pública no País. Ela formula políticas nacionais, mas a implementação é feita por seus parceiros (estados e municípios). Na prática, não é bem assim que funciona. As instituições privadas conveniadas ao SUS, como as Santas Casas, estão sempre reclamando dos baixos índices de remuneração e atraso nos pagamentos.
Segundo a Constituição de
Hoje, reduzir as desigualdades sociais e em saúde no Brasil ainda constitui um desafio árduo de ser superado. Com isso, abre-se cada vez mais espaço para a medicina suplementar, uma cadeia produtiva que engloba seguradoras, planos de saúde, cooperativas médicas, hospitais, médicos, laboratórios clínicos e laboratórios farmacêuticos.
O grande órgão articulador desse sistema é a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Caberia a ela providenciar a unificação dos bancos de dados, das estatísticas, criar ratings para premiar as boas operadoras e punir as más. Mas é um órgão apático, incapaz de fiscalizar e bloquear as dezenas de operadoras aventureiras que entram e saem do mercado. A própria Agência deveria tratar de definir pesquisas periódicas para avaliar o grau de eficiência de cada plano. Esse é o modelo moderno de regulação pelo mercado. Aperfeiçoamentos à parte, esse segmento mantém um ritmo constante de expansão. Toda vez que há um crescimento econômico, ele incide favoravelmente no aumento da cobertura da saúde complementar. Uma evidência disso é que as seguradoras voltam a oferecer planos para as pequenas e médias empresas e cogitam também voltar a oferecer planos individuais.
O aumento da renda per capita e o crescimento do número de empregos formais também concorrem para que uma maior parcela da população contrate planos de saúde. De acordo com dados disponíveis, o impacto da melhora do cenário econômico foi sentido principalmente porque 77% do mercado é constituído por planos coletivos de saúde.
Apesar da regulamentação posta em vigor, o mercado dos planos e seguros de saúde é livre para fixar seus preços. Além disso, as muitas variantes existentes entre tipos de operadoras e planos de saúde oferecidos reduz a capacidade do usuário de perceber qualidade e conseguir fazer diferenciação entre eles.
O que se pretende, neste tocante, é disponibilizar o máximo de informações para que o consumidor possa escolher o produto que lhe seja mais razoável. Nesse sentido, os corretores de seguros exercem um papel fundamental como consultor do consumidor/segurado. Eles conhecem o mercado, o histórico das operadoras.
O consumidor, aliás, reclama muito do encarecimento dos preços dos planos de saúde. Alguns fatores contribuem para isso, entre eles o grande avanço tecnológico experimentado nas áreas médica e farmacêutica.
Hoje, convivem o raio-x e o ultra-som, com este último não eliminando o primeiro. Depois, veio a tomografia, que não eliminou os dois primeiros e, em seguida, a ressonância magnética. Todos querem os serviços mais sofisticados, o que encarece o atendimento. Os Estados Unidos é o modelo mais evidente de sistema de saúde majoritariamente centrado nos seguros privados (56%). Analisando o cenário encontrado lá, percebe-se que, mesmo com todo o rigor técnico, os preços mantêm-se