Fiquei amigo do HU em 1999 e desde então freqüento as dependências do hospital, não por doenças, mas para cumprir tarefas. Visitar este amigo requer paciência, pois ele está sempre ocupado, mesmo assim encontra tempo para uma conversa.
Fala das centenas de visitas que recebe de Maringá e de cidades da região, fica triste por não conseguir atender a todos como gostaria, comenta que não descuida de sua missão de ser ótima escola para os alunos do curso de Medicina. Vive sonhando com mais espaços e leitos, equipamentos modernos. Impressionante como seus olhos brilham ao falar de uma unidade própria para abrigar as mães que, ao darem a luz e tendo o recém-nascido de ficar mais tempo sob cuidados médicos, imediatamente precisam retornar às suas casas. Muitas mães moram em outros municípios e sofrem com essa separação. É preciso um hotel para essas mamães? Não. Apenas uma casa com vários quartos e uma cozinha para que pudessem realizar suas tarefas, como se estivessem em suas casas. Isso ajuda no restabelecimento da saúde do bebê.
Lembro que alguém disse: "Precisamos de mais amigos do HU, amigos com influência no Palácio Iguaçu, que entendam que além de hospital escola, o HU é um hospital regional e precisa de mais de recursos para atender a todos com mais dignidade. Vinte anos são passados e o HU, que foi projetado para ter 27 mil metros de construção, ainda não atingiu 12 mil metros. A hora de concluir o HU é agora! Quantos foram eleitos com a promessa de realizar essa obra e não a fizeram. Por isso, quantos deixaram de ser atendidos e sofreram. O bom amigo do HU diz: "Não desejo que sejam pacientes, aqui. Paciência é o que não pode faltar para quem é do interior, onde tudo é mais difícil".
Por José Cesário Paine – Maringá
