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Aos médicos do SUS

“ A verdadeira medida de um homem não é como ele se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas como se mantém em tempos de controvérsia e desafio.”
Martin Luther King

Os recentes conflitos de greve de médicos em instituições hospitalares devido ao pagamento insuficiente de honorários profissionais, da remuneração cronicamente defasada da tabela dos atos médicos e dos hospitais, sempre acabam suscitando discussões do modelo de saúde pública e do seu apropriado financiamento e gestão, colocando de um lado a categoria médica como culpada e do outro a população mais humilde que depende do atendimento e que não leva em conta que os verdadeiros responsáveis para resolverem esta situação são o governo federal, os estados e municípios cumprirem com o financiamento do orçamento apropriado conforme preconiza a Emenda 29 em tramitação no Congresso.
A emenda constitucional determina que estados e municípios contribuam, respectivamente com 12% e 15% de sua arrecadação e a União repasse à área os recursos do orçamento efetivados do ano anterior, acrescidos da variação nominal do PIB, a soma das riquezas produzidas no país.
Os médicos sempre estarão suprindo as deficiências governamentais de atendimento à saúde da população brasileira.
Atendem a todos sem discriminação, atenciosos ao sofrimento, à dor, à solidão, ao desamparo e à ignorância, sem medir esforços para salvar vidas e aliviar o sofrimento.
Trabalham dia e noite, em plantões com deficiências de recursos humanos e materiais. Persistem incansavelmente na sua árdua tarefa de socorrer a todos nas filas infindáveis que sobrecarregam os hospitais públicos e postos de saúde.
Atendem não só pelo valor da consulta de especialidade em torno de R $ 7,50, ou por procedimentos cirúrgicos de uma tabela defasada desde 1996, que só teve poucos a aumentos pontuais.
Atendem porque cuidam de pessoas e porque medicina não é negócio e a saúde é o bem mais importante da vida das pessoas.
Pelo trabalho ético, humanístico, eficiente e obstinado os médicos deveriam, no mínimo, serem respeitados e reconhecidos com pagamentos justos e atualizados, como qualquer trabalhador honesto deste País.

(*) Ex-presidente da Associação Médica do Paraná Professor Titular de Oncologia do Curso de Medicina da Faculdade Evangélica do Paraná.