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Assistência psiquiátrica demora

Se a assistência pública à saúde já é muitas vezes problemática para atendimento à maioria das especialidades, isto se agrava ainda mais quando se trata de doenças psiquiátricas. A conclusão é de uma pesquisa realizada ano passado pelo Instituto DataFolha, que foi alvo de debate no Congresso Brasileiro de Psiquiatria de 2006 e voltou à tona este ano, na XI Jornada Sul-Brasileira de Psiquiatria, que está acontecendo em Curitiba.

“Um paciente pode levar meses para conseguir uma consulta psiquiátrica pelo SUS (Sistema Único de Saúde). É uma área que está recebendo cada vez menos verbas do Ministério da Saúde”, afirmou o presidente da Sociedade Paranaense de Psiquiatria, Osmar Ratzke. Além dos problemas de atendimento ambulatorial do sistema público, onde o paciente geralmente é atendido só em crise e normalmente por um clínico geral, Ratzke disse que a situação do internamento hospitalar dos doentes mentais “é catastrófica”.

O fechamento de leitos, segundo o presidente da Sociedade Paranaense de Psiquiatria, é o principal problema. “A maioria dos hospitais públicos perdeu 50% dos seus leitos porque o pagamento de R$ 32 a diária não cobre os custos”, ressaltou. Para o médico, isto acontece porque o montante destinado à saúde no Brasil já é pequeno para repartir entre todos os setores e a “área da saúde é tradicionalmente menos prioritária e, por isso, fica em segundo plano”, com menos de 5% do orçamento. No entanto, números apontados por Ratzke dão conta que de 20% a 30% dos atendimentos nas unidades básicas de saúde envolvem problemas mentais.