Médicos de todo Estado do Rio pretendem suspender durante o dia de hoje o atendimento a 2 milhões de usuários de planos e seguros-saúde para pressionar as empresas a elevar os valores pagos pelas consultas. Dos 45 mil médicos do Estado do Rio, 10 mil são credenciados a alguma empresa de saúde privada.
Segundo a presidente do Conselho Regional de Medicina, Márcia Rosa de Araújo, a paralisação não vai afetar o atendimento de urgência e a categoria quer conseguir o apoio da população.
– Estamos organizando a manifestação no Centro da cidade justamente para que os cariocas saibam da situação em que os médicos se encontram. A paralisação atinge todos os planos de saúde, mas não afeta o atendimento emergencial – explicou.
Atualmente, os médicos recebem R$ 24, em média, por consulta das empresas de saúde. Eles reivindicam que esse valor seja aumentado para R$ 40.
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), responsável pela fiscalização do mercado, informou que não pode interferir na discussão, ou seja, obrigar empresas e operadoras a entrarem em um acordo. A ANS advertiu, entretanto, que a empresa que deixar de atender o cliente pode ser multada em até R$ 50 mil. Mas, para isso, é necessário que os clientes procurem a agência para denunciar a falta de atendimento. As reclamações podem ser feitas pelo Disque-ANS: 0800-701-9656, das 8h às 20h.
A orientação vale para os 38 milhões de usuários do sistema privado de saúde, que estão no meio do embate entre os médicos e operadoras. Quem ficar sem atendimento deve procurar a empresa e pedir a indicação de um médico para substituir o profissional que aderir à paralisação.
O Cremerj marcou uma manifestação para hoje ao meio-dia, na Avenida Rio Branco, Centro do Rio. Os médicos de São Paulo também se reúnem em assembléia para decidir sobre uma possível adesão ao movimento. O atendimento no Rio será normalizado amanhã.