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Cirurgião da Santa Casa de Curitiba realiza a maior experiência em cirurgia cardíaca do País

O cirurgião paranaense Francisco Diniz Affonso da Costa, da Santa Casa de Curitiba, recebe, nesta quinta-feira (07), no Hotel Hilton, em São Paulo, o prêmio máximo da cardiologia brasileira. Sua experiência de dez anos com a Operação de Ross, técnica utilizada para a substituição da válvula cardíaca, foi eleita pela Sociedade Brasileira de Cardiologia como a maior experiência do País na área de Cardiologia Intervencionista e Cirurgia. O prêmio é entregue aos 10 melhores Artigos Originais publicados na Revista Arquivos Brasileiros de Cardiologia no período de dezembro de 2005 a dezembro de 2006.
Costa é o único cirurgião brasileiro especializado na Operação de Ross e já realizou 300 cirurgias na Santa Casa de Curitiba, com uma taxa de sobrevida dos pacientes de 98%. A técnica consiste na substituição da válvula cardíaca aórtica degenerada pela válvula pulmonar, que por sua vez é substituída por uma válvula humana ou homoenxerto. Isso porque a válvula pulmonar sofre pressão de três a quatro vezes menor do que a aórtica,
possibilitando maior durabilidade do homoenxerto.
Por ano, 20 mil brasileiros submetem-se à cirurgia de substituição da válvula cardíaca e/ou pulmonar. Desses, apenas 300 utilizam o homoenxerto, em função da maior dificuldade técnica da cirurgia e da disponibilidade do homoenxerto, que depende do volume de doações. A maioria utiliza próteses mecânicas, que exigem o uso de anticoagulantes por toda a vida, e próteses biológicas, feitas a partir de tecidos de animais, que têm menor durabilidade. "Por essas características, o uso desse tipo de próteses não é recomendado para uma população como a do Brasil, que não tem acesso fácil ao sistema de saúde e não entende a importância do uso regrado dos medicamentos", diz Francisco Costa.
O único Banco de Valvas Cardíacas Humanas do País encontra-se na Santa Casa de Curitiba. Desde a criação do banco, em 1995, a equipe de médicos e pesquisadores detém a liderança na realização de transplantes de válvulas cardíacas humanas na América Latina, tendo sido a primeira do continente americano a utilizar a válvula descelularizada e repovoada com células endoteliais do próprio paciente, em novembro de 2005.
A técnica é considerada o maior avanço mundial na área de homoenxertos. Apenas três centros de cirurgia cardíaca no mundo, situados em Berlim e Munique, na Alemanha, conseguiram realizar o mesmo feito que a Santa Casa de Curitiba.
A técnica consiste na retirada de todas as células da válvula do doador cadáver, por meio de um tratamento enzimático e químico. Do paciente, é retirado um segmento da veia safena da perna, de onde são isoladas as células endoteliais. Em laboratório, é feita a expansão celular, até que se atinja a quantidade de seis milhões de células. Enfim, é feita a semeadura das células na válvula num biorreator, ambiente propício para o crescimento das células. Todo o procedimento dura cerca de sete semanas e custa algo em torno de R$ 10 mil.
A Santa Casa de Curitiba já realizou cinco cirurgias com homoenxertos reendotelizados, todas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e tem aprovação exclusiva da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) para realizar mais 45 cirurgias nessa fase experimental humana. Segundo Francisco Costa, os primeiros resultados são animadores. "Todos os pacientes estão levando uma vida normal, com exames que comprovam o bom funcionamento valvar", diz. Em 2007, a equipe pretende ampliar a utilização da técnica,
realizando 15 cirurgias.
Aliança Saúde PUCPR – Santa Casa reúne uma das maiores redes de Hospitais de Ensino do país, com quase 1.000 leitos, e contempla todas as especialidades médicas. A instituição, gerida pela Associação Paranaense de Cultura, é formada pelo Hospital Universitário Cajuru, Hospital de Caridade da Santa Casa de Curitiba, Hospital Nossa Senhora da Luz e Hospital Maternidade Alto Maracanã de Colombo, além do Plano Saúde Ideal.