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Grupo pede notificação obrigatória de infecções

Um grupo de especialistas solicitou ao ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que os casos de infecção por Micobactérias sejam de notificação compulsória. Isso já acontece com outras doenças de grande importância para a saúde pública, como dengue e febre amarela, que têm de ser obrigatoriamente informadas às autoridades.

            Uma epidemia de Micobactérias de Crescimento Rápido (MCR) já vitimou mais de mil pessoas nos últimos três anos, 76 delas só em 2008. Outros 153 casos e dois óbitos estão em investigação. Além disso, como informou reportagem publicada anteontem pelo Estado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) orientou hospitais a realizar um "recall" de pacientes que passaram por cirurgias, para busca de casos não diagnosticados.

            A solicitação ao ministro foi encaminhada na semana passada. "A proposta é que o ministério torne todas as Micobactérias definitivamente de notificação compulsória, como é nos EUA e na França", diz Margareth Dalcolmo, especialista do Centro de Referência Professor Hélio Fraga do Rio de Janeiro que assina a carta ao lado de pesquisadores da UFRJ e da Unifesp, entre outros.

            Segundo a Anvisa, em mais de 80% dos casos da epidemia atual o problema foi registrado em hospitais privados e em mais de 50% deles em cirurgias não invasivas, as videocirurgias. A Anvisa e as vigilâncias estaduais, no entanto, mantêm em sigilo a lista de hospitais atingidos. "É perigoso porque acho que há hospitais que não notificam", continuou a especialista. Além disso, os pesquisadores pediram apoio financeiro para continuar a estudar as bactérias. "São pesquisas complexas e caras e estamos pedindo apoio à investigação." Procurado, o ministro, que foi informado há um ano sobre a epidemia, não comentou as solicitações. A pasta tem fornecido medicamentos aos doentes, que sofrem com feridas que não cicatrizam. Os pacientes também já solicitaram ao ministro ajuda para casos resistentes à terapia. Alguns correm o risco de amputações. A pasta também não respondeu sobre os casos.