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Hexal muda produção para o Paraná

A farmacêutica Hexal inaugura nesta quarta-feira (15/09) em Cambé, norte do Paraná, a segunda maior fábrica do grupo, que tem sede em Holzkirchen, na Alemanha. Na unidade foram investidos R$ 120 milhões e os medicamentos pilotos começaram a ser produzidos em maio. A fabricação comercial deverá ter início em novembro, após autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. A subsidiária brasileira faturou cerca de R$ 100 milhões em 2003 e, com a nova unidade, o objetivo é crescer 30% ao ano no país.

A abertura da fábrica de Cambé marca, na verdade, a transferência da Hexal de São Paulo para o Paraná. A empresa desembarcou no Brasil em 1999, após comprar o laboratório QIF, na capital paulista. O plano de construir outra unidade começou há três anos. No município paranaense, que tem 95 mil habitantes e fica próximo a Londrina, a empresa conseguiu um terreno com 300 mil m2, onde ergueu um complexo com 32 mil m2. O projeto original prevê a duplicação da estrutura. “Torço para que isso aconteça logo”, diz o presidente da Hexal do Brasil, Reinhard Nordmann.

Segundo ele, a empresa ocupa o segundo lugar em prescrição médica na Alemanha e, no Brasil, está entre as dez maiores em vendas de genéricos. Seu carro-chefe é o Amidalin, pastilha para garganta que responde por 8% das vendas. Em Cambé serão produzidos 85 ítens, nos formatos de comprimidos e cápsulas. Isso representa mais da metade do total comercializado pela Hexal, que terceiriza a fabricação de cremes e produtos líquidos. Na fábrica de São Paulo serão feitos apenas quatro medicamentos, mas o executivo não descarta a venda da unidade. “Há empresas interessadas e no prazo de um ano decidiremos o que fazer”, conta.

A opção da empresa por Cambé é motivo de festa na região. Ela representa o segundo maior investimento em sete anos, quando a fabricante de cadeados Pado transferiu seu parque fabril para a cidade, onde emprega pouco mais de mil pessoas. “A Hexal escolheu o município não só pela localização e qualidade de vida, mas também porque temos mão-de-obra qualificada”, afirma o prefeito José do Carmo Garcia, que ofereceu isenção de impostos municipais por dez anos e apoio logístico, como construção de vias de acesso e colocação de redes de energia.

A Hexal levou 22 pessoas formadas nas universidades estaduais de Londrina e Maringá para treinamento em São Paulo. Elas retornaram a Cambé e repassarão aos demais trabalhadores a experiência adquirida. As parcerias com as universidades serão mantidas não só para a contratação de pessoal, mas para a troca de experiências. Atualmente a unidade emprega 180 pessoas, número que deve chegar a 550 no próximo ano. Nordmann garante que os salários serão semelhantes aos oferecidos em São Paulo. “Com os salários de lá, os funcionários daqui trabalharão bem mais contentes e motivados”, afirma. Segundo ele, a prioridade é o mercado nacional, mas exportações poderão ser feitas no futuro.

A Hexal atua em 41 países e emprega cerca de seis mil pessoas. Ela foi fundada há 18 anos e a previsão de faturamento para 2004 é de US$ 1,6 bilhão. No Brasil, além de genéricos, produz medicamentos similares, fitoterápicos e os de venda livre. Sua capacidade atual de produção no país é de 60 milhões de caixas de comprimido por ano. O investimento no país faz parte de uma série de outros programados pela indústria. Segundo levantamento da Federação Brasileira da Indústria Farmacêutica (Febrafarma), de 2001 a 2005 foram programados aplicações de US$ 1 bilhão em novas fábricas, pesquisas e desenvolvimento de produtos.