contato@sindipar.com.br (41) 3254-1772 seg a sex - 8h - 12h e 14h as 18h

Hospitais privados estão submissos frente às operadoras

 

Na pressão da lógica econômica, conciliar os interesses de 6510 hospitais, sendo 70% privados, 2090 operadoras de planos de saúde e mais de 310 mil médicos não é tarefa fácil. Durante o 7º Fórum da Associação Nacional dos Hospitais Privados (ANAHP), Cláudio Seferin, diretor superintendente do Hospital Mãe de Deus (RS), explica que os hospitais estão submissos. ‘Estamos recebendo ordens das operadoras lesivas aos interesses de nossas instituições. Reagindo isoladamente ou em pequenos grupos e, com isso, cedendo grandes espaços’, explica.
Seferin afirma que as operadoras de planos de saúde buscam baixar custos referenciando redes de serviços por menor preço. ‘Isso pode ser fatal para o segmento’, ressalta. Para ele, outra grande ameaça para o setor são as interferências dos financiadores no processo assistencial, o que deve ser de competência e direito dos prestadores de serviços.

 

Hospitais privados devem atuar em redes integradas
Desenvolver inteligência de gestão que possibilite a prática da boa medicina aliada à racionalização dos recursos é a aposta do setor médico-hospitalar para se tornar mais atrativo comercialmente. Durante o 7º Fórum da Associação Nacional dos Hospitais Privados (ANAHP), que se encerra hoje em São Paulo, uma das soluções apontadas pelos executivos do setor é a composição de redes integradas de prestadores de serviços.
Atualmente, a estratégia já é colocada em prática, mas tendo apenas um grupo de acionistas. Nem todos os hospitais estão estruturados para criar sua própria rede. ‘Quem não tem estrutura tem que se organizar em redes conjuntas. Se conseguirmos atuar em redes seremos mais atrativos comercialmente’, explica Cláudio Seferin, diretor superintendente do Hospital Mãe de Deus, localizado no Rio Grande do Sul.
Ainda há barreiras de informação. ‘Não conhecemos nem quem compra os nossos serviços. Essa barreira entre cliente e hospital fragiliza nossas estruturas’, conta. Hoje, 80% dos planos de saúde são corporativos. Segundo o executivo, a atuação mercadológica conjunta entre prestadores de serviços é fundamental. ‘Os prestadores têm que se organizar e buscar junto às operadoras novas formas de remuneração. Se não fizermos isso alguém fará por nós’, conclui.
Hospitais da ANAHP faturam R$ 4,5 bi em 2005
A Associação Nacional dos Hospitais Privados (ANAHP) divulgou ontem, durante a 7ª edição do Fórum da entidade que ocorre hoje e amanhã em São Paulo, um estudo que apontou os indicadores de desempenho econômico-financeiro dos 34 hospitais privados associados.
No ano passado, o grupo composto pelos principais hospitais particulares do País, teve receita de R$ 4.5 bilhões. Em 2002, esse valor era de R$ 2,09 bi. Segundo o presidente da associação, José Antônio de Lima, o incremento se deve principalmente à inflação de materiais e medicamentos, que também compõem a receita dos hospitais. ‘Os reajustes são praticamente diários. Além disso, novos materiais também encarecem o custo da assistência’, ressalta.
Lima contou que o investimento em medicina de alta complexidade também colaborou para o acréscimo da receita. As ampliações de leitos de unidades de terapias intensivas, que tem um custo mais alto, novos produtos, ampliação da cobertura e novas incorporações tecnológicas também integram os motivos para o crescimento.
O estudo apontou também que o número de funcionários que atuam nestas instituições, divididas em 9 estados, aumentou 7,3% em 2005, em comparação com o ano anterior, passando a contar com 40,7 mil empregos diretos.
Segundo o vice-presidente da ANAHP, Adriano Londres, o estudo visa estimular a troca de experiência entre os hospitais, evitando desta forma uma ‘competição predatória’. Os dados serão utilizados para a gestão da informação para transformar os hospitais em competitivos e serão distribuídos para todo o setor. ‘Por mais eficiente que o hospital seja, um dia ele acabará pagando pela ineficiência da cadeia produtiva do setor. Então, não adianta trabalhar de forma isolada’, conclui.
Mais informações sobre o estudo podem ser encontradas no site da entidade www.anahp.com.br.