O Hospital Filadélfia, de Marechal Cândido Rondon, Região Oeste do estado – único que presta serviços integrais de psiquiatria num raio de
Para evitar que mais casos como esse se repitam, agravando a situação precária do atendimento de psiquiatria no estado, representantes dos hospitais vão entregar para o governo estadual uma carta reiterando o pedido de aporte financeiro. A diretora de Psiquiatria da Federação dos Hospitais do Paraná (Fehospar), Maria Emília Mendonça, espera o repasse de R$ 3 milhões, previsto em uma emenda parlamentar ao orçamento estadual, para dar fôlego aos hospitais.O reajuste constante dos remédios – especialmente dos antidepressivos – é apenas um dos argumentos usados pelos representantes para pressionar por mais recursos. “Muitos estão recorrendo a empréstimos bancários para poder manter o nível de assistência”, conta. O hospital de Marechal Cândido Rondon decidiu não entrar na lista de endividados. A direção oficiou a Sesa em junho de 2006, informando que a situação estava insustentável. De acordo com a carta, o prejuízo acumulado em 2006 foi de R$ 856 mil e a previsão para este ano seria de R$ 830 mil.
A abrangência do Filadélfia é de 102 municípios e o hospital mais próximo, depois das unidades menores de atendimento em Foz do Iguaçu e Cascavel, fica
A situação também beira o inevitável no Hospital de Psiquiatria de Londrina. De acordo com a diretora de enfermagem, Mara Silvestre, o gasto diário é de R$ 78 por leito e o valor repassado não chega nem à metade. “Estamos resistindo em função da necessidade de atendimento”, afirma. O hospital vai fazer 50 anos em 2007 e está trabalhando no vermelho há mais de uma década. Único de atendimento integral numa área de um milhão de habitantes, o hospital negocia com a prefeitura de Londrina uma suplementação de recursos para não diminuir a oferta dos 200 leitos.
Justiça
Os hospitais psiquiátricos esperam o desfecho de uma batalha judicial que travam com o governo federal, cobrando o reajuste da tabela de valores pagos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Enquanto o caso corre na Justiça, a única saída encontrada foi pedir para a Sesa uma suplementação de verbas, tentando diminuir os prejuízos. Como o governo estadual acenou com a possibilidade de ajudar, os hospitais mantiveram os serviços à comunidade. Até o fechamento desta edição, a Sesa não se manifestou sobre o socorro financeiro solicitado.
Parâmetros
A Organização Mundial da Saúde preconiza, com base em indicadores de saúde mental, que deve existir um leito de psiquiatria para cada grupo de mil habitantes.
Já o Ministério da Saúde recomenda a manutenção de 0,45 leito de psiquiatria para cada grupo de mil habitantes.
De acordo com a Federação dos Hospitais do Paraná (Fehospar), atualmente existem, no estado, 0,23 leito de psiquiatria para cada grupo de mil habitantes.