Esta quinta-feira (26/04) foi o último plantão do Hospital São Lucas, pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A direção, porém, afirma que a instituição – a mais antiga da cidade em funcionamento -, continuará atendendo pacientes conveniados e particulares.
Segundo informações, a desvinculação junto ao SUS, deve-se à defasagem de recursos destinados pelo SUS, aliada com a dificuldade do hospital em compor a equipe médica. Na prática, o desligamento vai significar uma defasagem de 48 leitos públicos e causar uma sobrecarga aos três hospitais que continuam atendendo a comunidade local e regional pelo sistema único.
Coincidência ou não o fato é que em 2005 o Hospital Umuarama – primeiro da cidade -, também anunciou o descredenciamento junto ao órgão federal e meses mais tarde anunciou o fechamento. Nos próximos dias, a direção do Hospital São Lucas vai decidir o futuro do estabelecimento. Aos fornecedores, os representantes do São Lucas garantem que cumprirá todos os pagamentos e avisam: "As compras futuras serão efetivadas mediante requisições assinadas pela direção".
O diretor da Secretaria Municipal de Saúde, Nilson Manduca, diz que os demais hospitais têm, juntos, 250 leitos para atender uma população superior a 100 mil pessoas, entre umuaramenses e usuários de cidades vizinhas. "Teremos problemas até que os outros hospitais se adeqüem a nova realidade. A nova escala de plantões já foi concluída", salientou. Manduca esteve reunido ontem à tarde com representantes dos hospitais da cidade. Umuarama chegou a ter oito hospitais até pouco tempo. Hoje conta com quatro e agora assiste ao descredenciamento do São Lucas..
No Paraná
De acordo com a assessoria de imprensa da Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Paraná (Fehospar), assolados por dívidas e inviabilizados no propósito de oferecer assistência de qualidade e segurança, mais de 150 hospitais paranaenses se desligaram ou fecharam suas portas nos últimos anos.
Para quem necessita de atendimento público o panorama é sombrio. A situação pode ser medida pelo que ocorre em alguns municípios que precisam levar seus pacientes para cidades vizinhas.
Poucos são municípios que conservam seus hospitais, que deveriam ser tratados como um bem público pelos gestores, que não aplicam na saúde os percentuais previstos na Constituição ou, se o fazem, direcionam para ações questionadas como de efetivo interesse de assistência à saúde", lamentou a assessoria.