contato@sindipar.com.br (41) 3254-1772 seg a sex - 8h - 12h e 14h as 18h

Para os contabilistas, hoje é dia de comemorar

O dia de hoje “lembra uma carreira que me proporcionou um grande desenvolvimento profissional”. É assim que, orgulhosamente, se manifesta Helder Marques Yano, de União da Vitória, no dia em que é  comemorado no país o Dia do Contabilista. Para  Cleusa Maria Silva de Lacerda, de Araucária,  hoje “significa muito porque os contabilistas trabalham duro ao longo de todo o ano, e este dia serve como uma recompensa,  reconhecimento do valor de nosso trabalho. “É um dia especial não só para a classe, mas também para a sociedade que depende dos inestimáveis serviços dos contabilistas”, afirma o presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Paraná, Maurício Fernando Cunha Smijtink.

 

Alceu Dal Bosco, de Toledo, acha que a data deve ser comemorada “pela importância da classe contábil para a vida financeira das empresas e do país. É um dia que deve ser divulgado para toda a sociedade, já que os contabilistas estão sempre contribuindo de alguma forma para o benefício da população,  seja através de campanhas como a de declaração de isento, ou do imposto de renda, seja através da luta contra os impostos, ou da arrecadação de fundos, roupas e alimentos para instituições beneficentes”. Concorda com ele Erenice Aparecida da Rocha, de São José dos Pinhais: “É um dia de comemoração, como um aniversário ou dia das mães, representa a valorização da classe contábil”.

 

Mas nem todos os profissionais pensam dessa forma. Helder Yano, por exemplo, argumenta que  “a classe precisa de maior autovalorização, porque enquanto ela não se  autovalorizar ninguém irá nos valorizar. A classe precisa tomar consciência de sua importância para todos os segmentos da sociedade”. Vanderlei Pedroso acrescenta:  “não há reconhecimento da classe, nem pela sociedade e nem pelo governo”.  Reforça a corrente Cleusa Maria Silva de Lacerda: não há motivos para comemorar “principalmente no que se refere ao descaso do governo, como é o caso do Simples, do qual sequer temos o direito de participar.

 

Polêmica à parte, em muitas cidades brasileiras haverá hoje jantar, solenidade, algum tipo de evento, organizado por entidades contábeis, comemorativo do Dia do Contabilista. A pedido do CRCPR, até o dia 28, extratos de contas do Banco do Brasil estarão registrando o parabéns das duas instituições à classe contábil paranaense. 
Diferentemente do ano passado em que comemorou a data com um show musical e humorístico, este ano o CRCPR está celebrando-a pelo conjunto das suas ações voltadas à valorização da profissão.  Argumenta o presidente do CRCPR: “Nós, contabilistas, estamos mudando. O guarda-livros não existe mais. O profissional unicamente ocupado com contabilidade fiscal está saindo do mercado. Está surgindo um profissional dinâmico, aberto, comunicativo, atualizado, participativo, antenado com as questões sociais. Promover essa mudança, incentivar esse processo, é uma das mais importantes missões do momento do Conselho Regional de Contabilidade do Paraná”.  Para o CRCPR, a valorização do profissional é a grande meta e essa só pode ser alcançada pelos caminhos da cidadania. A histórica mobilização que derrubou a Medida Provisória 232, no ano passado, nasceu no CRCPR e foi abraçada por centenas de entidades do país. O CRCPR está agora somando na campanha De Olho no Imposto.

 

 

Profissão em ascensão

 

 

Nos últimos anos, a profissão contábil se viu cercada de novas tecnologias, fatores desencadeados pela globalização e de alguns dissabores. Foi acusada de provocar a quebra de grandes empresas, assinando balanços falsos. Mas voltou a ser valorizada.  A profissão é uma fonte inestimável de informação para as administrações pública e privada. Somente uma contabilidade bem feita pode dar segurança à política das empresas, credibilidade e confiança aos investidores.
A contabilidade é a carreira mais badalada dos EUA no momento. Estudantes de contábeis são disputados pelas agências de recrutamento de empresas já nos campi das universidades, recebendo ofertas dos melhores salários do mercado, além de benefícios sedutores e estimulantes perspectivas de crescimento profissional.
É verdade que não estamos nos EUA, mas a notícia não deixa de ser alentadora para quem está ingressando ou pretende ingressar em um mercado, afinal de contas, global. Mesmo em um país como o nosso, com a economia emperrada por políticas de controle monetário, mil e uma burocracias, e um governo mais preocupado com arrecadação, as perspectivas são estimulantes. Basta lembrar que todas as empresas da indústria, do comércio, da agricultura, da agroindústria, do setor de serviços, e ainda todos os órgãos públicos federais, estaduais e municipais necessitam de um contabilista.

 

Origem do dia

 

No dia 25 de abril de 1926, em São Paulo , ao assumir a presidência do Supremo Conselho dos Contabilistas do Brasil, João Lyra firmou a certidão da profissão com estas palavras: “Trabalhemos, pois, bem unidos, tão convencidos de nosso triunfo, que desde já consideramos 25 de abril o dia dos contabilistas brasileiros. A fundação da classe hoje (…) virá a ser o acontecimento mais digno de entusiásticas comemorações aos profissionais da contabilidade do Brasil”. João Lyra foi senador, emérito professor de contabilidade, fundador do Instituto de Guarda-Livros de Pernambuco e incansável defensor da regularização da profissão.

 

Atualmente, os profissionais ativos, no país, formam um universo de aproximadamente 350 mil. As organizações contábeis (escritórios) passam de 60 mil.