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MEC investe na humanização dos médicos

O Diário Oficial da União publicou, na quarta-feira (23/02), quatro portarias da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM), órgão ligado à Secretaria de Educação Superior (SESu/MEC), que visam reforçar o processo de humanização da formação dos médicos brasileiros.

De acordo com o Secretário Executivo da CNRM, Antônio Carlos Lopes, as portarias instituem subcomissões que têm prazo de 60 dias para propor estágio optativo para residentes em áreas de fronteira; criar curso a distância para aperfeiçoar residentes nas regiões Norte e Nordeste; instituir intercâmbio entre instituições do interior e de grandes centros para qualificar a formação; e avaliar os médicos residentes e as instituições. O objetivo da medida, explica, é criar mecanismos e oportunidades para que os residentes possam receber formação de cunho humanístico e não apenas conhecimentos. “Conhecer a realidade do país e entrar em contato com sua gente é o melhor modo de alcançar esse objetivo”, diz.

Estágio optativo – Uma subcomissão vai definir critérios e normatizar o estágio optativo em áreas de fronteira ou localidades de difícil acesso onde existam instalações médico-militar ou civil. Os residentes poderão dedicar entre 10% e 20% da carga horária de estágio no primeiro e no segundo ano em um destes locais. A vantagem para o aluno, diz Antônio Carlos Lopes, é entrar em contato com a realidade do interior do Brasil, conhecer suas carências e desenvolver o sentimento humanitário.

Avaliação – Outro trabalho será estabelecer critérios e indicadores de avaliação dos residentes e das instituições para atender ao objetivo da excelência e da seriedade da residência médica brasileira. A avaliação, explica o presidente da CNRM, será construtiva e servirá para corrigir distorções e desvios, além de sugerir modificações que gerem excelência na formação e respostas às necessidades da população.

Curso a distância – Um grupo de médicos foi encarregado de analisar o projeto de curso de aperfeiçoamento teórico livre, com metodologia a distância, que será oferecido pelo MEC a 20 universidades públicas das regiões Norte e Nordeste. A CNRM montou cursos livres em quatro áreas que poderão ser acessados por residentes e médicos das duas regiões: clínica médica, clínica cirúrgica, pediatria, ginecologia e obstetrícia. O objetivo da iniciativa é a formação continuada e o acesso às informações que muitas vezes não chegam aos pequenos municípios e áreas rurais. Antônio Carlos Lopes estima que dez mil residentes serão beneficiados com a medida, além dos médicos.

Intercâmbio – Dentro de 60 dias, a CNRM receberá da subcomissão um estudo sobre a criação de mecanismos de intercâmbio de residentes entre instituições do interior e de grandes centros e a distribuição de vagas e de bolsas. A CNRM quer que médicos formados em instituições do interior do país possam fazer sua formação nos centros de excelência médica e depois retornar para prestar serviço e pagar o investimento que a comunidade fez. Além de retribuir o investimento, explica o presidente da comissão, a iniciativa visa formar quadros qualificados em todos os municípios brasileiros.