Ministério fixou o prazo para negociação sobre reajuste e atendimento a clientes
O Ministério da Saúde fixou o prazo de duas semanas para que o impasse entre operadoras e entidades médicas seja resolvido. O movimento de médicos de 14 Estados, iniciado há quatro meses, reivindica o reajuste dos honorários e a revisão da tabela de procedimentos – lista dos exames e cirurgias que devem ser garantidos pelas operadoras. Caso não se tenha uma solução até o fim da próxima semana, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) deverá entrar em campo. “Podemos fixar uma lista com os procedimentos, por meio de resolução, e autuar prestadoras de serviços que não estejam garantindo atendimento para os usuários”, afirmou o presidente da ANS, Fausto Pereira dos Santos.
A medida foi anunciada ontem, durante reunião entre o ministro da Saúde, Humberto Costa, o presidente da ANS, o presidente do Conselho Federal de Medicina, Edson Andrade, e o da Associação Médica Brasileira, Eleuses Paiva.
“O ministro afirmou que sua paciência já se esgotou”, contou Paiva.
As reivindicações das entidades médicas foram levadas também à Câmara.
Vestidos de jaleco, médicos e deputados da Frente Parlamentar de Saúde participaram do evento A Saúde na UTI para mobilizar parlamentares a aprovar o projeto de lei que estabelece a chamada Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos, que amplia para mais de 5 mil o número de procedimentos que têm de ser ofertadas pelas operadoras. O presidente da Câmara, João Paulo Cunha, declarou seu apoio ao projeto. “É bem razoável a existência de uma tabela universal, revista anualmente”, afirmou.
De acordo com Paiva, João Paulo se comprometeu a trabalhar para que o projeto tramite em regime de urgência. (GILSE GUEDES e LÍGIA FORMENTI – O Estado de S.Paulo)