A Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado do Paraná (Fehospar) empossa em 29 de agosto a sua diretoria para o triênio 2003/2006, que tem como meta dar continuidade aos esforços para que ações políticas e econômicas possam oferecer melhores perspectivas ao setor de saúde e, como reflexo, garantia de acesso a serviços de qualidade. Além das iniciativas de âmbito estadual e municipais, a Fehospar está alinhada à Confederação Nacional de Saúde – Hospitais, Estabelecimentos e Serviços (CNS) e a outras instituições representativas do segmento na busca por remuneração mais realística dos convênios públicos e privados, que há sete anos pelo menos não atualizam os valores.
O médico e diretor de hospital José Francisco Schiavon está sendo reconduzido à presidência da Fehospar, entidade que ele ajudou a fundar há 12 anos e que hoje representa 18 sindicatos regionalizados e mais de 3.500 empresas de saúde que, juntas, geram cerca de 50 mil empregos. O dirigente ressalta que o setor de saúde experimenta uma de suas piores crises da história e que o temor é de que possa ser acelerado o processo de desaparecimento de empresas e postos de trabalho, comprometendo toda estrutura assistencial e os referenciais de qualidade.
José Schiavon diz que a posição de Paraná em avanços tecnológicos e excelência em qualidade foi conquistada sob elevada dose de sacrifício e criatividade do empresariado, mas que o grau de endividamento a que se chegou o setor oferece um quadro sombrio. De acordo com o dirigente, a questão da falta de leitos de UTI é apenas um dos muitos exemplos do descaso dos nossos gestores públicos. Schiavon diz que não é mais preciso experiências trágicas à população para que a saúde mereça a atenção devida, a começar recebendo os recursos orçamentários previstos constitucionalmente nas três esferas de governo para financiar o sistema.
Vice-presidente da CNS e por muito tempo seu interlocutor nas reuniões técnicas da Agência Nacional de Saúde Suplementar, José Schiavon também não deixa de responsabilizar as operadoras de saúde pela crise estabelecida. Ressalta que, não por acaso, os planos privados de saúde encabeçam as reclamações dos consumidores, fruto de restrições, carências e aumentos abusivos. Na outra ponta estão os prestadores de serviços, como médicos e hospitais, que se queixam da defasagem dos valores dos procedimentos, ingerência profissional e glosas nos pagamentos de atendimentos realizados. O presidente da Fehospar acredita que, com a exigência da ANS de que as operadoras celebrem contratos com os prestadores de serviços até o começo de 2004, a relação ficará mais transparente e os abusos menos freqüentes.
Além das iniciativas políticas, a diretoria da Fehospar pretende continuar centrando esforços em ações e parcerias que possam oferecer maior eficiência administrativo-financeira das empresas de saúde, com grande ênfase na qualificação e reciclagem de mão-de-obra. O também médico Renato Merolli, um dos vice-presidentes da Federação, destaca a credibilidade conquistada pelo Instituto Paranaense de Acreditação Hospitalar (IPASS), mas observa que os efeitos deste mecanismo serão mais marcantes à população, na hora de escolher os serviços, quando houver maior equilíbrio entre o custo e a remuneração dos procedimentos, seja o comprador público ou uma operadora de saúde
Reconhecida como uma das mais atuantes instituições estaduais de sua área, a Fehospar terá sua nova diretoria com representatividade ainda mais ampla, envolvendo todas as regiões do Paraná e também os segmentos de atuação (hospitais, clínicas, laboratórios, bancos de sangue, etc). Além de Renato Merolli, ocupam a vice-presidência Antonio Carlos do Nascimento (Maringá), Luiz Carlos Derenusson (Umuarama), Aparecida Leny Di Cicco Souza (Cascavel) e Antonio Carlos Ribeiro (Londrina). Ao todo são 46 cargos, entre titulares e suplentes.