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Novo presidente do CRM defende melhor formação

A nova diretoria do Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) será empossada hoje, às 20 horas, em Curitiba. O novo presidente é o ginecologista, obstetra e professor universitário Hélcio Bertolozzi Soares, 60 anos. A entidade conta com mais de 22 mil médicos inscritos, dos quais 15 mil em atividade.

O médico atua como diretor de convênios da Associação Médica do Paraná é é conselheiro há 12 anos do CRM-PR. Ele diz ter vários desafios na nova gestão da entidade, que vigora até janeiro de 2007. Para Soares, uma das principais lutas será pela melhoria na qualidade de formação dos profissionais.

De acordo com o novo presidente, a maioria dos formados acaba indo atuar em atendimentos de emergência, sem a necessidade de passar por alguma especialização. “Temos médicos cada vez mais jovens atuando nesta que é a maior área de risco”, disse.

Soares acredita que o papel da instituição é de não apenas atuar de forma cartorária (registrando a existência de profissionais no setor) ou no âmbito da fiscalização do exercício da profissão de medicina. “É mais amplo. Precisamos buscar uma integração e nos aproximar de outros setores da sociedade.”

Durante a sua gestão, o ginecologista ainda pretende atuar politicamente na aprovação de um projeto de lei, que tramita no Congresso Nacional desde 1999, sobre a regulamentação do ato médico. Além disto, tem como meta a implantação de um piso sobre os honorários médicos, que na sua opinião estão defasados. “Hoje, para um médico sustentar a sua família, precisa trabalhar de 12 a 15 horas por dia. Com isso ele estuda menos e se expõe mais ao risco.”

“Não existe corporativismo para sustentar um erro”

Ginecologista promete usar de rigor na punição de falhas
O novo presidente do CRM-PR, Hélcio Bertolozzi Soares, é a favor da realização de pesquisas com células-tronco embrionárias, desde que elas sejam desenvolvidas com critérios e responsabilidade. Para Soares não há corporativismo da categoria com relação a casos de erros médicos e, na sua opinião, a receita prescrita com letra ilegível pode prejudicar o paciente.

Gazeta do Povo – O senhor é contra ou a favor de pesquisas com células-tronco embrionárias?
Hélcio Bertolozzi Soares – Eu serei sempre favorável a qualquer pesquisa clínica, desde que ela seja feita com absoluto critério e reponsabilidade. E hoje nós temos um grande problema no nosso meio que são as chamadas células do cordão umbilical, onde laboratórios, sem nenhum vínculo com a saúde pública, levam uma informação estimulando o sensacionalismo e buscando uma correção de tudo o que vai acontecer lá no futuro e põem como verdades absolutas, isto eu serei contra.

– Muita gente critica a categoria de corporativismo em casos de erro médico. Isso existe?
– E eu pergunto: há alguma profissão que penalize mais do que o conselho de medicina? O conselho caça. Nos últimos três anos caçou três colegas no exercício doloso da profissão. Semanalmente nós temos aqui colegas que são trazidos, penalizados, que saem daqui transtornados do seu dia-a-dia. O conselho pune e pode representar uma corporação de médicos, e corporação é um grupo de pessoas que está aqui representado, mas não existe corporativismo direcionado a sustentar um erro crasso no exercício profissional. O que a população tem de entender é que a medicina não é uma ciência exata.

– Como é a atuação do conselho em relação à receita médica escrita com letra ilegível?
– Quando tomamos conhecimento disto, chamamos o colega e alertamos, não é necessária uma punição. Mas orientamos que ele corrija, entendendo que aquilo possa representar muitas vezes uma interpretação equivocada da medicação, com repercussões danosas ao paciente.