Segundo Costa, serão credenciados pelo SUS outros 127 leitos até a metade do ano que vem. Com isso, o déficit no sistema de terapia intensiva do estado deve ser totalmente sanado. De acordo com dados do Ministério da Saúde, o número ideal de vagas em UTIs é de 4% do total de leitos hospitalares. Com os 208 anunciados ontem, o Paraná passa a ter 1.011 vagas, ou 3,5% dos 28,5 mil leitos existentes no estado.
“O Paraná está recebendo um acréscimo de 25% no número de leitos mantidos pelo SUS”, diz o ministro. Das 208 vagas, 74 são completamente novas, sendo que 50 serão bancadas pelo governo do estado. As outras 134 virão de um remanejamento de leitos já existentes, que receberão mais equipamentos para funcionar como UTIs. Com a decisão do Ministério da Saúde, 17 hospitais em 9 municípios do Paraná receberão mais vagas.
Segundo Cláudio Xavier, secretário estadual da Saúde, não haverá falta de profissionais para trabalhar no sistema de tratamento intensivo. “Nós estamos fazendo uma parceria com a Sociedade Paranaense de Intensivistas para treinar médicos e enfermeiros”, afirma.
O presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM), Luiz Sallim Emed, avalia que ainda haverá déficit de leitos em alguns locais, até que todas as vagas planejadas pelo ministério entrem em funcionamento. “Mas o avanço é extremamente importante, principalmente porque demonstra que o ministro está se empenhando em atender às demandas do estado”, diz o médico. O CRM está investigando as mortes causadas, possivelmente, pela falta de leitos em UTIs. Na opinião de Emed, o sistema de tratamento intensivo do estado ainda precisa ser reorganizado para que os recursos sejam melhor aproveitados.
O investimento em UTIs do governo federal não atende apenas o Paraná. Até o primeiro semestre de 2004, o ministério deve cadastrar 2.233 vagas em todo o país. “Depois disso ainda vai ficar um déficit de 1.418 leitos”, admite o ministro. Além de mais UTIs, o atendimento de urgência no Brasil ganhará novas unidades de terapia semi-intensiva e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Esse sistema contará com ambulâncias e UTIs móveis, nas cidades com mais de 100 mil habitantes, e centrais de regulação, que vão encaminhar para hospitais os pacientes atendidos nas ruas. Em Curitiba, o serviço deve absorver o Siate.
Humberto Costa lamenta que tenha iniciado seu trabalho no ministério pelo sistema de urgência e emergência. “O ideal seria começar pelos cuidados pré-hospitalares”, diz. Com programas de prevenção e atendimento familiar, o governo esperava que houvesse uma queda na procura por internamentos. “Só que identificamos o enorme déficit na parte de emergência.”