As pequenas e microempresas têm se constituído num dos principais filões do mercado de planos de saúde e devem elevar seu potencial de expansão. Especialistas concordam que a saída para o setor, hoje estagnado, está também em um novo nicho de mercado: as classes sociais C e D, que tiveram aumento de renda e empregos com carteira assinada.
“Curiosamente, após as restrições da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e do aumento do emprego na informalidade, o setor se manteve estagnado. Só não está pior porque as operadoras e empresas de saúde começaram a investir nas micro e pequenas empresas e na população das classes C e D, o novo nicho para planos mais baratos", afirma o presidente da Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), Arlindo de Almeida.
Após a entrada em vigor, em janeiro de 1999, da Lei Nº 9.656/98 (que regula os planos privados de assistência à saúde) e do Estatuto do Idoso, vigente desde janeiro de
É natural, na opinião do especialista, que as empresas de planos de saúde se voltem agora para o nicho mais popular, comercializando produtos mais acessíveis. No entanto, é importante ficar de olho na qualidade dos produtos oferecidos para não se ter surpresas. "Há empresas com planos bons e bem administrados e que atendem às necessidades básicas do consumidor, mas há outros que custam menos do que aparelhos de celular, oferecidos por empresas das quais nunca se ouviu falar", diz Almeida.
Há também uma grande parte da população, principalmente na classe média, que viu seus rendimentos despencarem e optaram por prestar serviços a outras empresas, tornando-se pessoas jurídicas. Para esses profissionais que fazem parte da nova realidade do País, Almeida lembra que também há a possibilidade de recorrer ao sindicato ou associações de sua categoria e aderir a um plano de saúde pela entidade.
Da mesma opinião compartilha o diretor geral da Samcil, Mauro Bernacchio com a diferença que a sua empresa não deixou os planos individuais e familiares para trás. "Trabalhamos em três frentes: pessoa física, planos empresariais e produtos para pequenas e microempresas. Não é pequeno o número de associações, entidades de classe, sindicatos e igrejas que nos procuram para aderir aos nossos planos", diz o executivo, apontando que a carteira da empresa é inversa às demais existentes. "Enquanto a carteira da maioria das empresas especializadas em planos de saúde tem 70% de planos empresariais e 30% de pessoa física, a da Samcil é composta por 60% de pessoa física (individual e familiar) e 40% de planos empresariais", destaca.
De acordo com dados consolidados pela ANS em dezembro de
Dispura acirrada
A disputa pelo mercado é bastante acirrada entre as empresas e operadoras de planos de saúde que comercializam produtos exclusivamente empresariais, hoje a grande maioria. Os produtos têm de ter qualidade e preços acessíveis para estar entre os escolhidos. "Isso faz com que as operadoras e seguradoras invistam cada vez mais em gestão, qualidade e prevenção para garantir um bom desempenho", explica o presidente da Central Nacional Unimed, Mohamad Akl.
Ele destaca que nos planos empresariais existe a livre negociação, que garante a sobrevivência das empresas. Especialmente devido ao otimismo gerado pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). "As medidas previstas no PAC deverão aumentar o incentivo às empresas, que devem passar a contratar mais gente e, conseqüentemente, mais produtos de saúde", diz.