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Saúde: o desafio de superar a crise

 

Com a proposta discutir os desafios para superar a crise no setor saúde, a Deloitte apresentou durante a quarta edição do Saúde Business Forum, evento que ocorreu esta semana na Ilha de Comandatuba, na Bahia, organizado pela IT Mídia, a palestra ‘Planejamento Estratégico para Organizações de Saúde: A superação da crise”. Enrico De Vettori, gerente sênior da área de consultoria da Deloitte afirma ser o planejamento estratégico um dos caminhos mais importantes e imprescindíveis da estruturação de uma instituição de saúde, assim como a sua própria atividade.

 

“É preciso refletir estrategicamente o negócio. Atualmente, este trabalho ainda é feito de maneira muito empírica e de forma equivocada. A visão de planejamento formal nas organizações recai tipicamente no planejamento orçamentário que é, por muitas vezes, adotado como um mecanismo de controle. O maior erro é adotar esta tática como um plano estratégico para traçar os passos futuros. Na formulação das estratégias alguns pontos críticos devem ser considerados. Entre eles estão: market-share, qualidade do produto, retorno sobre o investimento (ROI), resultados competitivos e posicionamento de mercado”, afirma o consultor.

 

Para Vettori, o conceito convencional de planejamento estratégico, aquele de perceber o ambiente e suas variáveis, avaliar suas forças e fraquezas, antecipar-se às oportunidades e ameaças, formular uma estratégia e assegurar a sua implementação, sempre estará atualizado.

 

Na opinião de Enrico, o mercado de saúde está muito mais focado no processo operacional e se distancia da visão estratégica. Mesmo aqueles hospitais que conseguem iniciar o planejamento apresentam dificuldade na implantação, seja por falta de metodologia ou maturidade organizacional. O setor precisa estar preparado, pois a tendência nos próximos anos é o redimensionamento e a reestruturação do mercado de saúde, onde será fundamental ter estratégia para sobreviver

 

 

 

A Era da Revolução

 

Guilherme Hummel, da HIMSS, afirma que vivemos o início de uma nova época, que substituirá a era da informação

 

 

Na palestra que encerrou o terceiro dia do Saúde Business Fórum, Guilherme Hummel, membro da Health Information Management Systems Society (HIMSS) apresentou a palestra “E- Health: Como as TICs estão salvando os custos, salvando vidas e salvando o mercado de saúde ao redor do mundo – As Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) transformando a sociedade médica, o poder público e a mentalidade do usuário de serviços de saúde”. Para o palestrante, não se discute mais a necessidade de adoção destas ferramentas. “A adoção de TICs é irreversível. Antes, as coisas fluíam numa velocidade de cruzeiro e hoje, é incontrolável. Quem estiver fora deste bonde não estará no Saúde Business Fórum 2008.”

 

Como exemplo de uso inteligente das TICs, foi citado o case de Andaluzia, na Espanha. Com 7,6 milhões de habitantes, a província implantou com sucesso os smart cards, que permitem o acompanhamento do paciente da consulta à compra do medicamento. “O médico controla o paciente e é controlado pelo sistema público. Acredito que isso possa ser viável no Brasil nos próximos dez anos.”

 

Este é também o objetivo do cartão SUS, que, 10 anos após o início de sua implantação, atingiu apenas 25 milhões de usuários e não se comunica com todos os elos da cadeia. “É uma balela, funciona só como registro. O cartão SUS continua sendo só a carteirinha de atendimento.”

 

Alemanha e Áustria também seguem o exemplo e, o próximo passo, será a interoperabilidade na Europa. “Todos os mundos separados vão conversar entre si. É uma visão logística para a Europa.”

 

Hummel aponta para uma nova era, em que a informação dará lugar à revolução. ”Num mundo globalizado, o Estado tem uma limitação para impactar as transformações. Ele pode acelerar ou desacelerar os processos, mas não impedi-los.”