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29 de agosto – Dia Nacional de Combate ao Fumo

     No próximo dia 29 de agosto, comemora-se o Dia Nacional de Combate ao Fumo. Com o slogan “Ambiente livre de fumo é direito de todos”, entidades médicas de todo o País querem conscientizar população e autoridades sobre os riscos do tabagismo passivo – o processo de se inalar involuntariamente a fumaça do tabaco liberada para o ambiente por pessoas que fumam cigarros, charutos, cachimbos, cigarros de palha e outros.    
     “Não existem níveis seguros de exposição à fumaça do tabaco”, afirma a presidente da Comissão de Controle do Tabagismo, Alcoolismo e Uso de Outras Drogas da Associação Médica de Minas Gerais (Contad-AMMG), a pneumologista Adriana Carneiro. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o tabagismo passivo é a terceira causa de morte evitável no mundo, perdendo somente para o tabagismo ativo e o consumo excessivo de álcool.    
     O tabagismo provoca mais de 100 tipos de doenças e é responsável por 85% das mortes por doença pulmonar obstrutiva crônica (enfisema e bronquite), 45% das mortes por doenças coronarianas, 30% das mortes por câncer e 25% das mortes por acidente vascular cerebral (“derrame”). Dados da OMS revelam que cinco milhões de pessoas morrem anualmente, em todo o mundo, por doenças causadas pelo fumo. Só no Brasil, são 200 mil mortes a cada ano – o equivalente a 548 mortes por dia ou 23 mortes por hora.  
     Todo o potencial de morbidade e mortalidade associado ao tabagismo resulta da ação de 4.700 substâncias nocivas encontradas na fumaça do tabaco, como o alcatrão, o monóxido de carbono e a nicotina. Só o alcatrão concentra 43 substâncias cancerígenas para o homem. “Uma pessoa que passa uma manhã em um local onde se fuma apresenta concentrações de nicotina no sangue equivalentes aos fumantes de três a cinco cigarros”, alerta Adriana Carneiro.     
     A poluição ambiental causada pelo tabaco provoca efeitos imediatos nos fumantes passivos, como irritação nos olhos e nariz, coriza, tosse, dor de cabeça e náusea, além de aumentar a chance de desenvolvimento de câncer de pulmão e doenças cardiovasculares, entre outras. “O pior é que um terço da humanidade inala nicotina em casa, bares, restaurantes e nos recintos de trabalho e lazer, incluindo gestantes e crianças”, afirma a médica.
     Para a presidente da Contad-AMMG, a única saída para se manter o ambiente isento de qualquer fumaça de cigarro é a abolição completa do consumo de tabaco. “A separação entre fumantes e não fumantes, em qualquer recinto, só tem efeito psicológico, porque cientificamente nada vale, mesmo com os sistemas de renovação do ar”, critica Adriana Carneiro. A pneumologista afirma ainda que os “fumódromos” só funcionam quando localizados ao ar livre e longe das entradas dos prédios. “Do contrário, o ar poluído passa pelos corredores e portas”, alerta. Para ela, a legislação precisa de revisão urgente.