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ACM diz que provará denúncias contra Costa

O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) disse ontem que fará um “discurso de oposição” na terça-feira, quando exibirá um vídeo que, garante, comprovará as denúncias contra o ministro da Saúde, Humberto Costa, a quem ele chama de “vampiro”, e outros auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo ele, Lula deveria fazer uma reforma ministerial para melhorar a equipe de 35 ministros, “dos quais só 5 ou 6 se salvam”.

O grupo de ACM no Congresso também ensaiou uma rebelião contra o governo federal, poucos dias depois de perder nas urnas em Salvador. O senador César Borges (PFL-BA), candidato derrotado à prefeitura de Salvador, decidiu ontem assinar o requerimento para criação da CPI destinada a investigar supostas atividades ilegais do ex-assessor da Casa Civil Waldomiro Diniz.

Agora, falta uma única assinatura para viabilizar regimentalmente a investigação. A iniciativa de Borges, no entanto, não deve contar o apoio de ACM. O senador já descartou a possibilidade de se integrar a Borges. “Se não assinei antes por uma questão de consciência, não vejo motivo para mudar”, alegou.

VINGANÇA

A exemplo do que ocorreu com a CPI dos Bingos, o governo também deve mobilizar os líderes aliados para inviabilizar a proposta de uma CPI do Waldomiro. Isso é possível com a não indicação dos membros da comissão ou com o recuo de senadores que se comprometerem com a iniciativa.

A coleta de assinaturas começou em fevereiro, quando o senador Antero Paes de Barros recebeu uma fita de vídeo em que Waldomiro aparece pedindo propina ao empresário de jogos Carlinhos Cachoeira. O governo já foi bem-sucedido na tentativa de esvaziar a comissão. E agora corre o risco de ter de repetir a mesma estratégia.

Em discurso na tribuna, Borges afirmou que a sua iniciativa não deve ser vista como retaliação ou vingança pela interferência do governo federal na eleição de Salvador. Mas que agia, sim, movido pela “total omissão” do governo na apuração da denúncia contra o ex-assessor. “Peço desculpas aos meus eleitores por ter confiado na promessa do governo e impedido, dessa forma, que o Senado exercesse sua prerrogativa constitucional de fiscalizar os atos do Executivo.”