O prefeito de Ponta Grossa, Pedro Wosgrau Filho, recebeu na quarta-feiras (25/04), por telefone, a confirmação do governador Roberto Requião, do convênio que garante a liberação de uma verba mensal de R$ 500 mil, que será empregada para a manutenção do Hospital da Criança Prefeito João Vargas de Oliveira, e que será administrado pelo Hospital Pequeno Príncipe, de Curitiba.
O Hospital da Criança, cuja reforma e ampliação estão em andamento, passará a ser administrado pelo hospital que é referência nacional em atendimento infantil. “O Pequeno Príncipe é hoje um modelo de gestão de medicina pediátrica em todo o País e a excelência de seu corpo clínico é reconhecida mundialmente”, explica o prefeito, para quem esse convênio vai significar “um avanço excepcional” no atendimento à saúde do Município. “A principal meta do meu governo é a melhoria das condições do sistema de saúde. Com esse convênio envolvendo o Município, o governo do Estado e o Hospital Pequeno Príncipe, estamos dando um passo decisivo para chegar a isso”. De acordo com o prefeito, ainda existe “muita coisa” para ser feito no campo da atenção básica à saúde, embora os indicadores comprovem melhorias significativas na performance do sistema público, principalmente através dos programas de saúde da família, haverá em curto prazo um incremento sensível no atendimento à criança. “Além do atendimento básico, o Pequeno Príncipe é também referencial, no Estado, em casos de média e alta complexidade, desde cirurgias de transplante de órgãos a oncologia”, explica Wosgrau Filho.
Negociação – De acordo com o prefeito, a idéia de uma parceria entre o governo municipal e o Hospital Pequeno Príncipe surgiu através de um contato com o arquiteto Luiz Forte Neto, cuja esposa – Ety Gonçalves Forte – é presidente da Associação Hospitalar de Proteção à Infância Dr. Raul Carneiro, mantenedora do HPP. Esse primeiro contato aconteceu ainda em fevereiro de 2005, no segundo mês da atual gestão de Wosgrau. De lá para cá, foram promovidas diversas reuniões para estabelecer quais seriam as bases para um eventual convênio entre o município e o Pequeno Príncipe.
A partir daí, a grande questão foi a viabilização financeira, uma vez que hoje o Hospital da Criança atende, basicamente, a casos de baixa complexidade e não conta, por exemplo, com tratamento intensivo. Além de ter sua gestão transferida para o Pequeno Príncipe, o Hospital da Criança também precisava ser reformado e aparelhado para ampliar a oferta de serviços e melhorar as condições de internamento e tratamento.
No final da manhã de ontem, o governador – em companhia do deputado Jocelito Canto – avisou a Wosgrau que estava concedendo, através de um convênio com o município, uma verba mensal de R$ 500 mil, destinada exclusivamente ao custeio do atendimento no Hospital da Criança, já sob gerência do Hospital Pequeno Príncipe.
Estão em andamento as obras de reforma e ampliação do Hospital da Criança, em que a área total reformada será de pouco mais de 1,7 mil metros quadrados a um custo máximo de R$ 2,7 milhões. Os recursos para essa obra, segundo o secretário municipal de Planejamento, José Ribamar Krüger, são oriundos de convênio firmado entre o Município e o governo do Estado.
O que o HC vai ganhar após a reforma
– Uma unidade de terapia intensiva com 130 m2
– Espaço para 12 leitos de terapia intensiva;
– Dois leitos de isolamento;
– Espaço para mais 45 leitos de internamento
– Centro Cirúrgico Infantil (o 1o da cidade)
O Pequeno Príncipe hoje
– É o complexo hospitalar com o maior número de especialidades pediátricas do Brasil.
– Referência no Brasil no tratamento cirúrgico de lesões congênitas cardíacas.
– 345 leitos de internação, sendo 62 leitos intensivos e semi-intensivos.
– Realiza 25% de todos os transplantes de fígado pediátricos do país.
– Único serviço no Brasil de Cintilografia exclusivo para pacientes pediátricos.
– Centro inovador no conceito de “Humanização do Atendimento”.
– Oncologia pediátrica – um dos maiores centros de atendimento oncológico infantil do Paraná.
Central de Transplantes recebe investimento
O governador Roberto Requião autorizou ontem também a abertura de licitação para aquisição de cinco aparelhos de ecodoppler transcraniano (ultrassom para avaliar o fluxo das artérias cerebrais) para a Central Estadual de Transplantes do Paraná. Com estes novos equipamentos, explica o secretário da Saúde, Claúdio Xavier, será possível determinar a morte encefálica de doadores de órgãos com maior rapidez.
Segundo o secretário estadual de Saúde, Cláudio Xavier, que participou de reunião com o governador no Palácio Iguaçu, a aquisição dos equipamentos faz parte do plano estadual para aumentar a notificação e captação de órgãos para doação no Estado.
No ano passado, houve 295 notificações de morte encefálica no Estado. Este ano, até 31 de março, foram feitas 93 notificações.