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Laboratórios faturam R$ 21,5 bilhões

 

O faturamento nominal da indústria brasileira de medicamentos cresceu 6,21%, para R$ 21,56 bilhões, no acumulado deste ano até novembro, superando os R$ 20,3 bilhões apurados em igual período de 2005, de acordo com pesquisa da Federação Brasileira da Indústria Farmacêutica (Febrafarma). Em dólar, as vendas saltaram de US$ 8,36 bilhões para US$ 9,86 bilhões, na mesma base de comparação, uma alta de 17,94% e percentual maior do que em real por influência principalmente da variação cambial.

 

            Em volume, foram 1,51 bilhão de unidades (caixas) vendidas pela indústria nos onze meses de 2006, um crescimento, vegetativo, de 2,3% em comparação as 1,47 bilhão de unidades comercializadas entre janeiro e novembro do ano passado, conforme a Febrafarma, que elabora a pesquisa baseada nos dados de vendas fornecidos pelos fabricantes. Apesar de os percentuais de aumento não serem expressivos, o setor poderá finalizar 2006 recuperando as perdas do ano passado. Em 2005, o incremento nas vendas de genéricos e as exportações maiores livraram a indústria farmacêutica brasileira de amargar queda significativa, mas mesmo assim ela registrou diminuição de 2,32% no volume de unidades comercializadas, que atingiu 1,61 bilhão de caixas de medicamentos ante as 1,65 bilhão de unidades do ano anterior.

Recuperação

            A recuperação já faz a Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma) prevê performance melhor no ano que vem. A entidade estima que o mercado deve crescer 8% e atingir R$ 22,3 bilhões em 2007, no varejo. Já em volume, a previsão é de alta de 3,5%, para 1,47 bilhão de unidades. Em 2006, o mercado mundial deve crescer 17%, a US$ 620 bilhões, conforme a entidade. O País, que já foi o 7 colocado e hoje ocupa a 9 posição no ranking, deve crescer 13%, para US$ 8,6 bilhões. Essas previsões envolvem apenas os negócios realizados pela indústria com os distribuidores e não consideram outras vendas, como as feitas para o setor público e hospitais.

            Entre os fatores positivos ao crescimento do mercado no próximo ano, o presidente da Interfarma, Gabriel Tannus, aponta a incorporação de novas tecnologias e o incremento da renda, que propicia o aumento do consumo de remédios.

            Já como fatores que atrasam o desenvolvimento do setor, o controle de preços vem em primeiro lugar, disse Tannus. Por conta dele, os especialistas estão estimando uma alta de 1% em média nos preços dos medicamentos para o próximo ano. "O farmacêutico é um dos únicos setores no País que tem seus preços controlados. O governo deveria liberar o preços para o mercado controlar."

            Tannus listou também os entraves que dificultam a atração de investimento para o Brasil, como a demora no tempo de aprovação das pesquisas clínicas que, aqui, é de 24 semanas. "O ideal seria baixar para 12. O País perde projetos de pesquisa para México, Argentina, Rússia e França", disse o presidente da Interfarma.

            O índice de informalidade no setor, que inclui sonegação, falsificação e roubos, pode exceder 50% no varejo e atingir R$ 12 bilhões por ano, o que culmina em R$ 3,6 bilhões em impostos não declarados, disse Tannus, que reclamou também da alta carga tributária do setor.