contato@sindipar.com.br (41) 3254-1772 seg a sex - 8h - 12h e 14h as 18h

Hospitais lutam por eficiência

 

 

            Hoje, às 20h, a Associação Brasileira de Hospitais Privados (ANAHP) empossará seu novo Conselho Deliberativo para o triênio 2008/2011. Ao contrário do ocorrido em gestões anteriores, o homem indicado para a tarefa de presidir a instituição é um profissional cuja carreira foi consolidada longe da capital paulista, onde fica a sede da associação e onde ocorrerá a posse. O novo presidente da entidade será o mineiro Henrique Salvador, cujo currículo dispensa maiores explicações: além dos muitos títulos e especializações, administra o Hospital Mater Dei, em Belo Horizonte , é mastologista, livre-docente de ginecologia, autor e co-autor de vários títulos na área de saúde, além de ter sido presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia. Atualmente, exerce o cargo de presidente da Comissão Científica da Sociedade Brasileira de Mastologia.

 

            Sua indicação, entretanto, não se deve apenas ao currículo vasto e à experiência profissional. Ela se deve, principalmente, ao forte impacto causado no setor pela sua atuação em projetos de ensino e pesquisa. Em particular, à publicação do livro Gestão do Corpo Clínico – Experiência dos Hospitais da ANAHP, editado por ele no começo deste ano, e pela criação do programa Melhores Práticas Assistenciais, cujo grande desafio está justamente em fazer com que a gestão hospitalar integre a parte assistencial à gerencial.

 

            Toda a experiência desse projeto, tocado pelas 37 instituições que integram a associação, será compartilhada com a sociedade médica por intermédio da revista Melhores Práticas, que será lançada amanhã à tarde, às 14h, na sede da ANAHP, em São Paulo (leia abaixo).

 

 Propostas

 

            Aplicar as melhores práticas ao setor médico-hospitalar, envolvendo qualidade nos procedimentos e atendimentos e a racionalização de custos, será a principal missão de Henrique Salvador durante os três anos em que ficará à frente da associação. "O setor de saúde no mundo passa por uma séria crise de financiamento. Mais do que o diagnóstico, é importante encontrarmos soluções criativas, factíveis e alinhadas com a cultura e a realidade do nosso sistema", explica Henrique, que desde a criação da ANAHP tem participado ativamente do Conselho Deliberativo da instituição, da qual foi, inclusive, vice-presidente.

 

            Na prática, explica Henrique, o procedimento adotado pelas instituições para que se obtenha um desempenho ideal deve levar em conta alguns passos. "Para que haja um atendimento adequado ao paciente e, ao mesmo tempo, racionalização de recursos e tempo, temos que adotar alguns procedimentos em relação às práticas adotadas", explica o médico, que descreve como deve ser esse passo a passo.       "Temos que checar, em relação a cada doença, qual foi o melhor diagnóstico. A partir daí, transformar essa informação em protocolo, ou seja, num processo que será adotado pelo médico e pela enfermagem. Ao adotar este protocolo, você pode medir qual é o benefício concreto e o resultado do tratamento indicado. Você vai checar se houve melhora, se o tempo de recuperação foi mais rápido, se o bem-estar do paciente é constatado", explica.

 

 Eficiência

 

            Segundo ele, quando se tem o controle de todo este processo, a performance melhora. "Você compatibiliza qualidade de atendimento e tratamento à racionalização dos recursos disponíveis e não precisará realizar procedimentos nem utilizar medicamentos desnecessariamente. É provável, também, que haja diminuição do tempo de internação no hospital", diz Henrique, que pondera: a associação entende que esse papel é do hospital e do médico, que também tem que estar diretamente envolvido na busca de melhor atendimento ao doente e maior racionalização dos recursos.

 

            Além da adoção do sistema de melhores práticas, o profissional defende a parceria entre hospitais privados e públicos, o que ele costuma chamar de "união do sistema médico-gestor ou administrativo-assistencial para o sistema privado", que pode ser usado pelo sistema brasileiro como um todo. "Imagino criar uma parceria entre os sistemas privado e público, um fornecendo a eficiência do setor para o outro", finaliza.

 

           

 

 

Estudo divulgado

 

            A revista Melhores Práticas será lançada amanhã, às 14h, na sede da ANAHP, no bairro do Paraíso, em São Paulo. Ela é resultado do trabalho desenvolvido por todos os 37 hospitais filiados à Associação durante o período de um ano e meio de coleta de dados, entre janeiro de 2007 e julho de 2008. Para sistematização do estudo, foram selecionadas algumas patologias, a exemplo de infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral e pneumonias adquiridas na comunidade em adultos e crianças. Na área cirúrgica, foram eleitos os seguintes procedimentos: colecistectomia videolaparoscopica, herniorrafia inguinal e histerectomia para tratamento de mioma uterino.

 

            A escolha dessas patologias e procedimentos, explica Henrique Salvador, se deu por três motivos práticos: são as mais freqüentes, têm custo elevado e exigem complexidade maior no atendimento. A revista é um dos primeiros trabalhos apresentados publicamente pela ANAHP, que foi criada em 2001 para expandir as melhorias alcançadas pelas instituições privadas para além das fronteiras da saúde suplementar, favorecendo a todos os brasileiros. Atualmente, a entidade reúne 37 instituições hospitalares privadas, consideradas detentoras dos melhores padrões de qualidade e melhores práticas médicas.

 

 

“Você compatibiliza qualidade de atendimento e tratamento à racionalização dos recursos disponíveis e não precisará realizar procedimentos nem utilizar medicamentos desnecessariamente

 

 Henrique Salvador, presidente da Associação Nacional de Hospitais Privados