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Hospitais mantêm proposta por ter atingido limite da capacidade financeira

Os hospitais e demais estabelecimentos da rede privada de serviços de saúde da Grande Curitiba consensaram, em assembleia geral realizada na manhã desta terça-feira, 31, que não estão em condições de atender ao pleito da classe obreira, de reajustes de até 28% nos pisos e outras vantagens, incluindo redução de jornada de trabalho e novas contrações. A categoria patronal ratificou a proposta apresentada na semana passada – e recusada pelo sindicato dos trabalhadores – de aplicar reajustes de 8,5 a 11,2% nos pisos salariais até janeiro de 2012, além de aumento de 30% no valor do vale alimentação, entendendo ser este o limite máximo da atual capacidade financeira das empresas. Para os colaboradores não vinculados ao piso, o reajuste proposto foi de 6,5%, também acima dos 6,29% registrados pelo INPC na inflação acumulada dos últimos 12 meses.

A decisão representa o enfrentamento da greve anunciada pelo sindicato obreiro, o Sindesc, com previsão de ocorrer a partir do dia 7 de junho. O Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Paraná (Sindipar) manifestou, em nota, que reconhece como legítimo o direito de os colaboradores lutarem por melhores condições de salário e trabalho. Contudo, ressalta que, nos últimos cinco anos vêm sendo aplicados reajustes em percentuais acima da inflação e que, ao contrário, não obteve a recomposição dos valores dos serviços que presta aos setores público e suplementar. Ainda de acordo com o Sindipar, os custos hospitalares cresceram muito além da variação inflacionária e o segmento agora se vê sob agravo de risco de insolvência, de manutenção dos serviços ou para saldar seus compromissos com fornecedores, folha de pessoal e encargos.

“Nas circunstâncias atuais, a rede particular de serviços se vê impotente para impedir um movimento grevista, pois a proposta que apresentamos é o nosso limite e está acima até mesmo das que referenciaram outras convenções coletivas celebradas no Estado, nos últimos meses”, diz Luis Rodrigo Milano, presidente do Sindipar. Ele ressalta que os colaboradores merecem salários melhores pela responsabilidade e grau de comprometimento em suas funções, mas insiste que esta valorização é uma luta antiga que une patrões e empregados e que ainda esbarra no descaso político-econômico imposto ao setor de saúde. De acordo com a classe patronal, mesmo com a manutenção de serviços sob amparo legal, serão buscadas medidas visando minorar problemas na assistência à população, na hipótese de a greve se consumar. A negociação visa a correção dos salários a partir de maio de 2011. O Sindesc representa 17 mil trabalhadores.