“Estamos aqui para que governo, operadoras, médicos e a sociedade possam chegar a um consenso em relação às cesáreas desnecessárias realizadas na saúde suplementar." Esta foi a frase usada pela Gerente-Geral Técnico- Assistencial de Produtos, Martha Oliveira, na abertura do evento realizado pela Agência Nacional de saúde Suplementar (ANS) com a classe médica na sede do Conselho Federal de Medicina (CFM), no dia 8 de maio, em Brasília.
O 1º vice-presidente do CFM, Roberto D´Ávila, aprovou a iniciativa da Agência. Segundo ele, o CFM já apoiou campanhas similares, tais como, a do incentivo ao aleitamento materno e em prol da redução de partos cesáreos lançada em 1996. “Sabemos dos riscos das cesarianas desnecessárias e o Conselho Federal de Medicina já se coloca a favor de colaborar com essa idéia”, disse D´Ávila.
Para o Diretor-Presidente da ANS, Fausto Pereira dos Santos, o atual modelo assistencial, a forma de pagamento e a falta de ambiência hospitalar são questões que ainda precisam ser discutidas para que se possa reduzir o número de cesáreas na saúde suplementar, que chega a 80%. ¿O hospital não está preparado para o parto normal¿, afirma Santos. Aliada à campanha pela redução das cesáreas desnecessárias, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicará uma Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) que trata de mudanças na ambiência hospitalar. Segundo Cláudio Maierovitch, diretor da Agência, a resolução será um incentivo a realização de partos normais.
O Secretário-Executivo da ANS, Alfredo Scaff, ressaltou que, entre as novidades da revisão do rol de procedimentos e eventos em saúde, publicado em 2 de abril de 2008, está a possibilidade de a mulher escolher um acompanhante para a hora do parto. Segundo ele, a novidade será de grande importância para a beneficiária e propicia a realização de partos normais. O Diretor de Gestão da ANS, Hésio Cordeiro, destacou o incentivo a pesquisas entre as ações da Agência para a redução do parto cesáreo.