Pesquisa desenvolvida na Universidade Federal de São Paulo traz um alerta aos pais de bebês com HIV e que têm baixa condição imunológica. Mesmo depois de vacinados contra o sarampo, eles ainda correm o risco de pegar a doença. Isso porque – diferentemente do que ocorre na imunização contra haemophilus (um dos agentes causadores de meningite e pneumonia), tétano e hepatite A – as crianças não respondem bem à vacina.
O estudo, dissertação de mestrado da biomédica Priscila Celeste Russo, revelou que aos 12 meses de vida – três após a vacinação -, 33% das crianças com HIV e condição imunológica baixa estavam vulneráveis ao sarampo. Por outro lado, a vacina protegeu todos os bebês com HIV que tinham boa condição imunológica.
A pesquisa demonstrou que, com o passar do tempo, o número de crianças com baixa imunidade que ficou suscetível ao sarampo aumentou. Aos 24 meses, 37% delas corriam riscos. Entre os pacientes com HIV e boa condição imunológica, a taxa era de 17%. Curiosamente, todos os bebês soro-revertidos, ou seja, que nasceram sem o vírus da Aids, mas com os anticorpos contra o HIV, estavam protegidos. Essas foram as crianças que responderam melhor à vacinação.
pacientesPara analisar a resposta à imunização, Priscila acompanhou 48 meninos e meninas nascidos de mães soropositivas e 26 crianças saudáveis. Ao longo do trabalho, 31 pacientes apresentaram soro-reversão.
“O próximo passo é avaliar a velocidade de queda de anticorpos contra o sarampo. É possível que precisemos de mais reforços para manter o nível protetor”, diz a orientadora da tese, Maria Isabel de Moraes Pinto, chefe do Laboratório de Pesquisas da disciplina de Infectologia Pediátrica da Universidade Federal de Sõ Paulo – Unifesp.