A falta de prestação de contas do Cisop (Consórcio Intermunicipal de Saúde do Oeste do Paraná) e da ANA (Associação Nova Aliança), além de poucos investimentos na compra de remédios especiais, que deveria ser de R$ 50 mil por mês, mas não passam de R$ 30 mil, são os argumentos do CMS (Conselho Municipal de Saúde) ao não assinar o atestado de regularidade da secretaria pelo segundo ano consecutivo e nem aprovar as contas do setor do Município nos últimos meses.
O secretário de Saúde, Jorge dos Santos, não foi localizado para comentar o assunto.
SEM ACESSO
De acordo com o presidente do CMS, Antônio de Oliveira Martins, o conselho não tem acesso à prestação de contas das entidades e não pode comprovar os gastos. “Enviamos para a Secretaria de Saúde mandar ao Tribunal de Contas do Estado todo o histórico explicando porque as contas não estão sendo aprovadas”, explica.
Ele salienta que o órgão pediu para a prefeitura tomar providências para regularizar a situação, mas nada foi feito. “Enquanto isso não for feito o conselho não tem como assinar o atestado de regularidade”, afirma. Esse atestado é enviado ao Ministério da Saúde e pode comprometer o repasse de recursos federais.
COBRANÇA
Antônio observa que já foi solicitado à Secretaria de Saúde a listagem de médicos e horários de trabalho nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde). “Estamos pedindo esses dados para a população poder cobrar a permanência desses profissionais nos postos e o cumprimento das três horas diárias”, reforça. “Também estamos cobrando para saber de onde tiraram que os médicos têm que atender somente 16 consultas por dia”, revela.
Ele afirma que essas questões são fundamentais para definir o rumo das discussões na próxima reunião do conselho, dia 15 de maio. “Na verdade, precisamos de alguém que entenda de saúde para essa cidade”, acrescenta.
Triagem sob suspeita
O chefe da 10ª Regional de Saúde, Jorge Trannin, confirmou a existência de diagnósticos grosseiros de alguns médicos do PAC (Posto de Atendimento Continuado) para empurrar pacientes ao HU (Hospital Universitário), mas acredita que a maioria dos casos ocorreu por que os profissionais estejam preocupados em resolver o problema do paciente. “Não vou dizer que um médico esteja agindo de má fé; na maioria das vezes é por insegurança de deixar a pessoa sem atendimento adequado; por isso enviam para o HU”, afirma.
Ele reitera que o problema do PAC são as UBSs (Unidades Básicas de Saúde), que deveriam atender os pacientes. “O problema não é falta de leitos, é de triagem. O posto é que deve fazer a consulta e não o PAC”, finaliza.