Pesquisadores internacionais começaram a debater ontem novas formas de tratamento para lesões cerebrais e doenças que afetam a locomoção. Um dos destaques são os estudos desenvolvidos por cientistas brasileiros da Rede Sarah, cuja pesquisadora-chefe, Lúcia Willadino Braga, revelou ontem que já é possível prever os riscos de acidente vascular cerebral (AVC) a partir na análise do DNA.
– É possível fazer o diagnóstico precoce graças à genética. Há genes que indicam se aquela pessoa tem predisposição a ter um AVC. E a partir daí, o paciente passa a ter todos os cuidados para evitar o problema – explicou Lúcia.
Em estudo apresentado no I Congresso Internacional de Neurociências e Reabilitação, em Brasília, a pesquisadora demonstrou ainda a aplicação da ressonância magnética na detecção e no tratamento de lesões no cérebro. Ela apresentou nova aplicação da ressonância a partir de uma teoria que leva em conta o perfil biológico e intelectual do paciente.
O evento internacional, que termina amanhã, reúne os principais especialistas e pesquisadores de 27 países. O encontro está acontecendo no Centro Internacional de Reabilitação do Cérebro da Rede Sarah.
As palestras e trabalhos versam sobre inovação tecnológica, métodos de trabalho na recuperação de pacientes portadores de incapacidades físicas e regeneração de áreas que sofreram lesão no cérebro, entre outros.
Vítima de AVC pode se recuperar e levar vida normal
O cirurgião-chefe da Rede Sarah, Aloysio Campos da Paz, afirmou que são muitos os avanços nesse campo, principalmente as descobertas de que o cérebro compensa as áreas lesadas. O psicólogo David Johnson, da Universidade de Edimburgo, disse que é preciso tomar todo o cuidado com as lesões cerebrais em crianças que, mesmo aparentemente recuperadas, podem vir a sofrer problemas no futuro se não forem tratadas corretamente.
O pesquisador George Dellatolas, do Instituto Nacional de Pesquisa em Saúde na França, afirmou que com os avanços da medicina nessa área, um paciente que sofre um acidente vascular cerebral (AVC) tem chances de se recuperar, retornando ao trabalho e à vida normal na sociedade.