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Dupla é presa por prática ilegal de medicina

Dois homens foram presos em Maringá por prática ilegal da medicina. Segundo a polícia, eles se intitulavam terapeutas e atuavam há cerca de quatro anos em uma clínica localizada no centro da cidade. A dupla foi descoberta através de denúncia feita na Promotoria de Defesa dos Direitos da Saúde Pública. Através de investigação, o Ministério Público e a Polícia Militar descobriram que Josué Moreira Neres, 39 anos e Francisco Laet, 42 anos, faziam consultas, prescreviam e comercializavam medicamentos. Anteontem, no final da tarde, os policiais cumpriram mandado de busca e apreensão na clínica dos acusados. Quatro computadores, dezenas de medicamentos e fichas de pacientes foram apreendidos.
Segundo a promotora Elza Kimie Vendrameth, a denúncia foi feita no final de novembro. Para descobrir se eles realmente estavam prescrevendo medicamentos, a promotora contou com a colaboração do Serviço Reservado da PM. Dois policiais se fazendo passar por pacientes marcaram consultas e foram atendidos pelos acusados. ”Para um policial o terapeuta disse que ele tinha problema no estômago e para o outro afirmou que era problema de coluna. Para os dois policiais, entretanto, o terapeuta prescreveu o mesmo remédio ao custo de R$ 140,00 cada.”
Conforme a promotora, tanto Neres como Laet praticavam estelionato porque obtinham vantagem diante da boa fé das pessoas. Ela também denunciou os dois pela prática ilegal da medicina. ”Eles dizem que não faziam consultas e sim analisavam as pessoas e, quanto aos medicamentos, afirmaram que apenas sugeriam os remédios. Mas a lei é clara e somente médicos podem prescrever medicamentos.”
Segundo ela, os acusados disseram que praticam a terapia alternativa. ”Só que, de acordo com o Código de Saúde do Paraná, é proibido, mesmo na terapia alternativa, a prescrição de medicamentos”, acrescentou Elza. Tanto Laet como Neres têm apenas o ensino médio. Eles não resistiram à prisão.
Segundo o delegado Emerson de Abreu Fortunato, nos frascos dos medicamentos apreendidos na clínica há a informação de que a manipulação foi feita em uma farmácia de Rondonópolis (MT). O próximo passo, conforme Fortunato, será descobrir a origem real dos remédios e sua composição. A clínica dos acusados está interditada por tempo ilimitado.