A idéia de cobrar dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) em Carazinho, no norte do Estado, por um atendimento mais qualificado foi derrubada pela Justiça.
O Tribunal de Justiça (TJ) do Estado cassou uma liminar dada ao Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers), que permitia ao órgão cobrar a chamada diferença de classe, na qual o paciente que pagava recebia um atendimento diferenciado, sobretudo em internações.
Segundo o TJ, o objetivo “é o de restabelecer a igualdade no atendimento aos pacientes do SUS, não permitindo que médicos e hospitais cobrem além do que já é repassado pelo sistema”. O secretário estadual da Saúde, Osmar Terra, saudou a cassação da liminar.
– Trata-se de uma vitória de toda população daquela região, que não correrá mais o risco de ter um aumento nos custos com atendimento médico – disse.
O delegado do Cremers em Carazinho, Airton Luis Fiebig, discorda. Para ele, a intenção do órgão não ficou bem clara para a população:
– A ação movida pelo conselho estadual não busca aumentar os gastos da população carente. Quem não tem condições de pagar um pouco a mais continuará tendo o melhor atendimento que os médicos puderem dar. Apenas entendemos que mais pessoas deveriam utilizar o SUS, e oferecer uma possibilidade de melhoria no serviço é uma forma de fazer isso. Bom seria se houvesse um amplo debate sobre esse tema – afirma Fiebig, acrescentando que existem no Estado outras ações do Cremers semelhantes à de Carazinho.
( cleber.bertoncello@zerohora.com.br )