Enquanto os londrinenses enchem as sacolas de presentes nas compras de Natal, o Hemocentro do Hospital Universitário (HU) de Londrina sofre nesta época com falta de doadores de sangue. A preocupação é a mesma todo fim de ano. E o apelo também: o número de doadores cai 40%, baixando os estoques de plasma (usado para hidratação de queimados), plaquetas (para coagulação do sangue em casos graves de acidentes) e hemácias (sangue).
Como no fim do ano o Hemocentro interrompe as coletas de sangue externas, feitas em empresas, órgãos e locais públicos, o número de doadores se reduz praticamente à metade. Dos 40 doadores em períodos considerados normais, hoje são entre 20 e 25 diariamente. “Nas férias, há menos gente ainda”, lamentou a assistente social Eliana Aparecida Palú Rodrigues, responsável pelo setor de captação de doadores da unidade. “Com o aumento do número de acidentes de fim de ano, aumenta a procura por sangue. Mas as doações diminuem na mesma proporção”, explicou.
Nesta semana, por exemplo, o Hemocentro de Londrina pediu socorro a Maringá, que cedeu 20 bolsas de sangue para garantir o estoque. “Ainda bem que existe um trabalho integrado entre as unidades de Londrina, Curitiba, Maringá e Cascavel”, comentou a assistente social. Ontem, os estoques do Hemocentro estavam temporariamente normalizados, com cerca de 100 bolsas de cada tipo sangüíneo (O, A e B), níveis considerados satisfatórios. Além do auxílio de Maringá, o Hemocentro começou a convocar os doadores habituais cadastrados (leia texto nesta página). Dependendo da crise, entre 300 e 1,2 mil doadores podem ser convidados a comparecerem ao Hemocentro.
“Hoje uma pessoa pode doar e amanhã, quem sabe, pode também precisar”, diz Eliana. “Cidadania, solidariedade, amor ao próximo. Chame do que você quiser”, afirmou ela, completando que as pessoas ainda temem doar sangue por falta de informações básicas, que podem ser obtidas facilmente. “Um adulto tem em média 5 litros de sangue e retiramos apenas 10% disso”, explicou.
O sangue considerado mais “valioso” é o O negativo, doador universal na linguagem médica, pela possibilidade de ser recebido por qualquer pessoa, independentemente do tipo. Assim que um acidentado com hemorragia grave, por exemplo, entra no hospital, caso não haja tempo de identificar o tipo sangüíneo, recebe imediatamente o O negativo. Ontem, os estoques desse tipo estavam em níveis menores que o restante.
Serviço: Hemocentro de Londrina, atrás do HU. Telefones: 3371 2356/3371 2218.