A máfia dos sanguessugas, desarticulada pela Polícia Federal, causou um prejuízo de R$ 15,5 milhões aos cofres públicos. Isso é o que mostra análise feita pela CGU (Controladoria-Geral da União) e Denasus (Departamento Nacional de Auditoria do Ministério da Saúde) em 1 mil convênios de compra de ambulância fechados com cerca de 600 municípios do país.
Os auditores da CGU concluíram que houve superfaturamento em 70% dos convênios analisados. Em 23% dos dos convênios, as ambulâncias adquiridas e entregues não estavam sendo utilizadas. A CGU verificou ainda que em 27% dos casos os processos licitatórios não apresentaram pesquisa de preços. As licitações apresentaram evidências de conluio entre os participantes, informa a CGU. Os convênios analisados totalizaram R$ 99 milhões.
Ao todo, os 600 municípios fecharam 1.452 convênios para a compra de ambulâncias. A CGU calcula que os prejuízo total causado pela máfia dos sanguessugas – considerando todos os convênios – chegue a R$ 25 milhões.
De acordo com a CGU e investigações da PF, a máfia dos sanguessugas era liderado pela empresa Planam, pertencente à família Vedoin. O esquema montado pelos Vedoin atingia parlamentares – que em troca de propina, de acordo com as investigações – apresentavam emendas ao Orçamento para a liberação de recursos públicos para as prefeituras comprarem ambulâncias da Planam e de outras empresas da família.
A investigação da PF foi detonada a partir das constatações feitas pela CGU durante os trabalhos do programa de fiscalização que realiza sorteios para analisar convênios e utilização de recursos públicos repassados para municípios do país.