A crise na rede pública de Saúde é terreno fértil para o crescimento das empresas do setor dos planos de saúde. Em todo o Brasil, é cada vez maior o número de famílias que recorrem a rede privada para garantir atendimento médico e hospitalar de qualidade. Em Maringá, que passa por uma grave crise na rede pública, existem 206 empresas atuando no setor, que atende aproximadamente 127 mil usuários. Os dados são da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), órgão do Ministério da Saúde responsável pela fiscalização e regulamentação do setor.
O levantamento inclui as oito modalidades de operadoras de planos de assistência à Saúde definidas pela ANS, como empresas administradoras, cooperativas médicas e odontológicas, autogestão (planos de empresas privadas ou estatais), medicina e odontologia de grupo, instituições filantrópicas e seguradoras especializadas que comercializam seguros e oferecem reembolso das despesas médico-hospitalares ou odontológicas.
Enquanto o atendimento na rede pública vai de mau a pior, com filas nos hospitais, corredores lotados, falta de leitos, profissionais, equipamentos e remédios, na rede privada os usuários são agraciados com uma série de benefícios, tais como ambulância, atendimento 24 horas, laboratórios com equipamentos de primeira linha, consultas com especialistas, clínicas de fisioterapia e quimioterapia, entre outros serviços.
Conforto, comodidade e qualidade que geraram uma demanda potencial de R$ 12,86 milhões somente em dezembro, segundo estudo do Departamento de Economia da Universidade Estadual de Maringá. O valor corresponde a despesas com tratamento ambulatorial, hospitalização, exames, consultas médicas, tratamento dentário, cirurgias, seguro saúde e medicamentos. Em todo o país, o faturamento do setor no ano passado foi de R$ 31,40 bilhões, de acordo com relatório da ANS.
Para José Pereira, superintendente da Santa Casa, que gerencia o plano de Saúde, o mercado de Maringá está saturado, porém a competição é grande entre as empresas. "Hoje não tem muito espaço para crescimento, mas existe uma disputa grande entre os planos para que o usuário migre de um plano para o outro, mas para novos clientes o mercado é bem restrito hoje", destacou Pereira.
A reportagem de O DIÁRIO fez uma pesquisa esta semana junto a quatro grandes empresas locais para saber quanto custa, em média, ter um plano de saúde. Os preços variam conforme a idade e o plano contratado. No geral, os custos oscilam entre R$ 32 e R$ 176 por pessoa (Leia mais sobre os serviços prestados e os preços em quadro nesta página).
Não ter um plano de Saúde hoje significa, infelizmente, a possibilidade de não conseguir uma simples consulta com um clínico geral ou não ser atendido e padecer nas filas dos hospitais no caso de uma emergência. Foi pensando nisso que o operador de computador Adilson Matiusi, 33 anos, decidiu contratar um plano para ele, a esposa e a filha.
Todos os meses, ele gasta cerca de 25% de seu salário com um plano de saúde complementar ,serviço que é responsável pelo desconto mensal de R$ 178 em sua folha de pagamento. "Já procurei atendimento na rede pública e fui atendido, mas ter um plano de Saúde é mais seguro e pode ser mais barato. Fiz uma cirurgia e se fosse pagar gastaria R$ 1,5 mil, por isso acho que vale a pena", comentou Matiusi.