Representantes da Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado do Paraná (Fehospar) e da Federação das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Beneficientes do Paraná (Femipa) reuniram-se na manhã desta segunda-feira (25 de julho) com o ministro da Saúde, Ricardo Barros, tendo em pauta questões que impactam na gestão de serviços de saúde e com reflexo na própria qualidade do atendimento. O encontro ocorreu na sala do Gabinete de Gestão de Informações do Palácio Iguaçu, em Curitiba, e teve. por determinado momento, a participação da vice-governadora Cida Borghetti.
Os presidentes da Fehospar, Renato Merolli, e da Femipa, Flaviano Feu Ventorim, entregaram ao ministro documentos com sugestões para melhorar a estrutura de serviços públicos, na esfera do SUS, e também reivindicações do setor relacionadas a legislações trabalhistas e tributárias e, ainda, de financiamento. As recentes mudanças no entendimento do Tribunal Superior do Trabalho e nas normativas do Ministério do Trabalho, que tornam necessárias alterações nas rotinas de trabalho nas empresas de saúde, sobretudo no que se refere à jornada, mereceram especial análise na reunião, já que colocam em risco a organização e eficiência do sistema.
Na abertura do encontro de quase duas horas, o ministro Ricardo Barros apresentou os pontos que definiu como prioritários, como a melhoria da gestão e do financiamento, a informatização do SUS, o fortalecimento da participação de brasileiros no Mais Médicos (presente em 4.058 municípios), a qualificação dos profissionais e a melhoria da interlocução entre o ministério e os profissionais e entidades representativas do setor. Sob o slogan de “Mais gestão, mais prevenção”, o Ministério da Saúde tem atuado em várias frentes, incluindo programas de hábitos e alimentação saudáveis.
O ministro também apresentou números sobre o financiamento do SUS, inclusive do encolhimento dos recursos federais, que hoje somam 43% do total. Também abordou o problema da judicialização da saúde e foi incisivo quanto se planejar a atenção à saúde sob visões de financiamento e das reais necessidades da população. Deste modo, anunciou que serão estabelecidos critérios para criação de serviços em determinadas regiões, evitando interferências políticas ou contrastes entre excesso e falta de demanda. Assim, alertou os estabelecimentos hospitalares para que não se aventurem a montar estruturas de serviços sem o devido credenciamento.
Além dos presidentes da Fehospar e Femipa, participaram do encontro o presidência em exercício do Sindipar, Claudio Enrique Lubascher, e o presidente e vice da Associação dos Hospitais do Paraná, Benno Kreisel e Marcia Rangel de Abreu. Ainda estiveram presentes outros diretores das instituições representativas dos hospitais, dentre eles José Pereira, Melissa Bizinelli Gubert Bertão, Simonne Lopes Simioli, José Octávio da Silva Leme Neto, José Álvaro Carneiro, Rosita Wilner, Charles London e os assessores jurídicos da Federação, Bruno Milano Centa e Phillipe Fabrício de Mello, os quais apresentaram questões como terceirização, insalubridade, sistema de cotas de contratações, lei das gestantes e também tributação, em especial a relacionada ao ISS sob advento da nota eletrônica.
Antes da reunião com os dirigentes hospitalares, Ricardo Barros esteve no Hospital de Clínicas da UFPR, que realiza 11 mil atendimentos diários e é referência no Paraná e no país. A unidade passa por sérios problemas estruturais, incluindo a falta de funcionários, o que deixa parte de sua capacidade ociosa. O HC está sob indicativo de interdição ética do CRM-PR. Ainda nesta segunda, o ministro se reuniu com representantes do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 8ª região (Crefito). Claudionor Barbosa, assessor do ministro, acompanhou todas as atividades.