contato@sindipar.com.br (41) 3254-1772 seg a sex - 8h - 12h e 14h as 18h

Parto natural

Um estudo feito recentemente no Brasil, pela Organização Mundial de Saúde (OMS), mostrou que cerca de 40% dos partos realizados nos hospitais brasileiros são cesarianas. Quando a pesquisa se restringe às pacientes com plano de saúde, esse número sobe para 80%. Dados preocupantes se lembrarmos que, segundo a própria OMS, o ideal seria que apenas 15% dos nascimentos acontecessem através da cesariana.
  A recomendação para que as mulheres e os médicos prefiram os partos normais tem um motivo bastante forte: segundo o obstetra e diretor clínico da Maternidade Municipal de Londrina, Evaldir Bordin Filho, essa é a melhor opção tanto para a mãe quanto para o bebê. ‘‘A recuperação da mãe é muito mais rápida, uma vez que não existe pós-operatório. A produção de leite é mais eficiente em mulheres que passam pelo parto normal e o vínculo mãe-filho também é fortalecido’’, afirma.
  Em Londrina, cerca de 90% dos partos feitos pelo SUS são realizados na Maternidade Municipal, uma média de 360 nascimentos por mês. De acordo com Bordin, a grande maioria deles, cerca de 75%, pelo método normal. ‘‘As pessoas imaginam que o governo exige partos normais por uma questão econômica, mas isso não é verdade. Nós optamos pelo parto normal por uma questão de saúde’’, comenta.
  E tanto cuidado com as pacientes rendeu à maternidade o prêmio Galba de Araújo, em 2006. Oferecido pelo Ministério da Saúde, o prêmio homenageia os hospitais que se destacam pela forma como tratam as mães e seus bebês. ‘‘Nós recebemos o prêmio com melhor maternidade no quesito humanização do parto. O valor em dinheiro foi todo revertido para compra de material para a maternidade’’, afirma o diretor.
  A coordenadora de enfermagem da Maternidade Municipal, Cilene Maria Martins dos Santos, participou da implantação dos projetos de humanização, que são definidos pelo ministério. Segundo ela, quando os partos começaram a ser feitos em hospitais, as mães perderam muito em qualidade de vida. ‘‘As mulheres perderam a companhia de alguém, a liberdade, a presença da família. Isso no momento da dor é muito importante para o psicológico da mãe. Nem mesmo a consulta nos hospitais era feita com acompanhante’’, lembra.
  Com a humanização, o objetivo é que o parto seja visto como algo comum e natural. ‘‘Aqui, a mãe pode escolher alguém para ficar com ela o tempo todo, desde o início do trabalho de parto até o momento em que o bebê nasce. Os partos são preferencialmente normais, mas a mulher pode escolher como deseja realizá-lo: deitada, sentada, de cócoras. O aleitamento precoce também faz parte do procedimento: assim que nasce o bebê é colocado para mamar, o que aumenta o vínculo mãe-filho e agiliza a produção de leite. As mulheres não fazem a lavagem intestinal e também não precisam retirar os pêlos pubianos para o parto’’, explica o obstetra.
  O jejum também deixou de existir na Maternidade Municipal. Lá, as mulheres podem consumir líquidos o quanto quiserem durante o trabalho de parto. Para ajudar a suportar a dor, as mães têm