Médicos e hospitais devem atuar em parceria nas reivindicações por reajuste, durante as negociações com as operadoras de planos de saúde, que devem começar a partir do mês de abril. Segundo o presidente da Federação Brasileira de Hospitais (FBH), Dr. Eduardo de Oliveira, há uma uniformidade em relação às reivindicações de reajuste entre os prestadores, mas cada entidade deve negociar separadamente, de acordo com sua realidade.
Oliveira afirmou que o hospital tem necessidade de que o médico seja bem remunerado, até porque boa parte dos atendimentos realizados pelos médicos acontece dentro dos hospitais.
Segundo informações do secretário de Saúde Suplementar da Federação nacional dos Médicos (Fenam), Dr. Márcio Bichara, os prestadores têm realizado reuniões mensais para discutir as possíveis reivindicações a serem apresentadas nas negociações com as operadoras. O grupo deve voltar a se reunir nesta quarta-feira, antes da reunião do COPISS, para fechar algumas estratégias nesse sentido.
Contudo, o presidente da FBH já adiantou que o índice de aumento previsto deve ficar entre 4% e 5%. Segundo Eduardo de Oliveira, apesar do impacto da crise econômica sobre as empresas, responsáveis pela grande maioria dos contratos com as operadoras, nos últimos anos os planos de saúde aplicaram reajustes sobre seus clientes, mas a soma dos percentuais de reajuste neste período é muito superior ao índice de aumento concedido aos prestadores.
Desta forma, médicos e hospitais devem pedir alguma correção nos valores pagos pelos atendimentos e procedimentos. Os índices de reajuste esperados – de até 5% -, apesar de serem pequenos, estão em conformidade com a realidade, até porque a economia brasileira está estabilizada e, conforme alegou Dr. Eduardo, as reivindicações devem ter valores aceitáveis. A inflação médica, segundo ele, é um pouco mais alta que em outros setores da economia por causa da reposição sobre mão de obra e custos assistenciais – remédios, materiais médico-hospitalares e equipamentos.
Mesmo assim, apesar de haver uma discussão no segmento dos prestadores sobre a responsabilidade ou não da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) intervir nas negociações, o presidente da FBH não acredita ser necessária a presença do órgão nestes assuntos. Para ele, a ANS exige padrões de qualidade que, evidentemente, irão atingir os prestadores, mas cabe às operadoras garantirem que os serviços alcançarão o padrão de qualidade exigidos, por meio de um pagamento condizente à realidade do setor.