contato@sindipar.com.br (41) 3254-1772 seg a sex - 8h - 12h e 14h as 18h

Reajuste na tabela do SUS não ameniza crise

Reajuste médio de 30% na tabela de mil procedimentos pagos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) não é suficiente para cobrir a defasagem, segundo o presidente da Federação Brasileira de Hospitais (FBH), Eduardo de Oliveira. "Falta muito a ser feito para que haja pelo menos um equilíbrio entre o custo real dos procedimentos e o valor pago pelo SUS. Nós esperamos que no início do ano, novos reajustes sejam realizados", afirmou.
A defasagem na tabela do SUS é de 110%, três vezes superior ao reajuste médio de 30% anunciado pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão. Desde a implantação do Plano Real, em julho de 1994, a inflação medida pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) acumula aumento de 418,1%, contra a correção de apenas 37,3% na tabela do SUS.
Conforme a FBH, a maior defasagem está no pagamento do procedimento de enfisema pulmonar, de 116,5%, que custa R$ 815,57 ao hospital, mas o SUS paga R$ 376,68. Segundo a entidade, 3.495 hospitais privados integram a rede do SUS no País, respondem por 57% do atendimento e acumulam dívida de R$ 30 bilhões.
Dirigente de um hospital de grande porte no Estado também comentou o reajuste anunciado pelo ministro. Citou como exemplo o valor a ser pago pela diária numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI), no valor máximo de R$ 363, que acaba custando R$ 2 mil à instituição. A medida do ministério não deverá pôr fim aos déficits constantes dos hospitais sul-mato-grossenses. A Santa Casa, sob intervenção, acumula déficit mensal de R$ 700 mil. Em Dourados, o Hospital Evangélico deixa o SUS em novembro.