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São Paulo terá avaliação de hospital público

            Os hospitais públicos de São Paulo serão avaliados a partir deste mês pela qualidade do serviço prestado à população. Quem vai dar nota para as unidades são os próprios usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). No total, vão participar da avaliação 617 entidades estaduais, municipais e filantrópicas. A primeira avaliação será baseada nas respostas de 200 mil pessoas que estiveram internadas nesses locais em novembro de 2007. A pesquisa será repetida, mensalmente, com todos os usuários da rede. O questionário de avaliação será enviado pelo correio e contém cinco perguntas. O investimento total foi de R$ 9,4 milhões.

            Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, idealizadora do projeto, a proposta é premiar os hospitais que tiverem avaliação positiva dos pacientes e punir os que apresentarem índices insatisfatórios. Entre os critérios de análise, será abordado o tempo de espera para conseguir internação e a infra-estrutura hospitalar. Outra pergunta da pesquisa é sobre eventual cobrança de taxas, que é ilegal. Caso irregularidades sejam atestadas, os hospitais poderão ser multados, perder auxílio financeiro e, em casos extremos, ser descredenciados do SUS.

            "Não existe nenhum indício de fraude. O que a secretaria quer com a pesquisa é assegurar que o usuário do SUS em São Paulo está tendo seu direito à saúde gratuita garantido", afirma o secretário da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata.

Críticas

            "Para ter um respaldo consistente sobre a qualidade do hospital é preciso avaliar a satisfação dos funcionários, gestores, parceiros, fornecedores, não apenas a do paciente", critica Mara Márcia Machado, diretora-executiva do Instituto Qualisa de Gestão, que atua no ramo de certificação de qualidade de unidades de saúde.

            José Luiz Amaral, presidente da Associação Médica Brasileira (ABM), ressalta que a interpretação dos questionários também deve ser criteriosa. "É preciso contextualizar a informação. Uma pessoa que se encontra em total abandono social tende a avaliar positivamente um serviço, apenas por ter conseguido passar por ele, mesmo que tenha falhas."

            Já o Sindicato dos Médicos de São Paulo teme que a responsabilidade pela avaliação ruim seja creditada aos profissionais. "Encaro como uma forma perversa, maldosa, antidemocrática e autoritária de penalizar os trabalhadores da saúde", afirma Cid Carvalhaes, presidente da entidade.