No mês de comemoração às crianças, além dos festejos e presentes, o momento é oportuno para falar sobre tudo que envolve os pequenos, inclusive saúde. Consultas, remédios e exames de rotina fazem parte do universo infantil e são velhos conhecidos dos pais, mas como tranquilizá-los e preparar os pequenos para a realização de exames de diagnóstico por imagem? Qual a importância deles na detecção de doenças e quais são as peculiaridades da realização dos exames no caso das crianças?
De acordo com a médica radiologista do Image Memorial, Sandra Andrade, que atua em Radiologia e Ultrassonografia Pediátrica, a criança não deve ser vista como se fosse um adulto pequeno. Ela é um ser em constante transformação, com necessidades próprias, e que, quando doente, torna-se um indivíduo ainda mais especial, porque está fragilizado, inseguro e muitas vezes, irritado.
“O serviço de imagem que se propõe a prestar atendimento pediátrico deve ser acolhedor, com decoração lúdica, tentando atenuar as discrepâncias entre seu ambiente familiar e o local ondetemporariamente se encontra. Os aparelhos devem ser modernos, adequados para o perfil de cada paciente, permitindo uma avaliação rápida e precisa. A equipe de trabalho deve ser composta de profissionais alegres, experientes, pacientes e que gostem de lidar com crianças, trabalhando em perfeita harmonia, transmitindo serenidade e confiança a elas e a seus pais, que precisam estar convictos de que ali se está fazendo o melhor por seus filhos”, afirma.
“Diferentemente do adulto, o corpo das crianças é muito mais facilmente explorado com a ultrassonografia, pois geralmente elas têm pouca gordura corporal e algumas áreas ainda não foram ossificadas, o que fazem com que regiões mais profundas sejam avaliadas com muita segurança. Assim, a ultrassonografia é uma excelente ferramenta para o estudo de vários segmentos do corpo, principalmente do abdome, crânio e articulações”, comenta a radiologista, explicando que este método auxilia no diagnóstico de enfermidades causadoras de dores abdominais, como apendicite, cálculo de vesícula, infecção urinária ou gastroenterite, entre outras, reduzindo significativamente a necessidade do uso de Tomografia Computadorizada ou Ressonância Magnética nesta faixa etária, diminuindo assim a exposição à radiação ou sedação”
Já os exames radiológicos contrastados são modalidades especiais de estudo que utilizam a radiologia convencional associada às técnicas intervencionistas e substâncias contrastantes. Ela explica que a radiação ionizante não é uma forma de energia inócua e pode, quando usada de forma inadequada (em altíssimas doses e com grande frequência) – trazer riscos à saúde. De acordo com a profissional, uma das mais importantes recomendações de exame radiológico contrastado é na pesquisa de refluxo vesicoureteral em pacientes acometidos por infecção urinária, doença extremamente frequente na faixa etária pediátrica.
Ela reforça que durante o exame em crianças existem medidas para minimizar a exposição à radiação e, sempre que possível, devem ser usadas, sendo o radiologista pediátrico, o especialista fundamental no serviço, por ter conhecimento das peculiaridades da criança.