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Surto de infecção hospitalar faz 85 vítimas no Pará

Oitenta e cinco pessoas já foram atingidas em clínicas particulares de Belém por uma infecção hospitalar causada por uma bactéria da mesma família da que causa a tuberculose. O surto infeccioso foi confirmado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e estava sendo escondido da população pelas secretarias municipal e estadual de Saúde há cerca de cinco meses.

A infecção hospitalar é causada pela bactéria mycobacterium abscessus , que forma tumores que só podem ser extirpados com cirurgia. Os casos foram registrados em hospitais particulares. A dificuldade para controlar a doença é maior porque o tempo de incubação da bactéria é de até um ano. Poucos médicos sabem identificá-la e ela é curada por apenas um remédio, a claritromicina, que custa R$ 270. O medicamento precisa de um uso mínimo de seis meses para controlar a doença. As feridas ocasionadas pela bactéria só cicatrizam quando toda a área infectada é retirada.

Médicos recomendaram água e sabão nas feridas

Segundo a Anvisa, a infecção se alastrou porque os hospitais não tomaram procedimentos básicos com a limpeza e esterilização dos equipamentos usados nas cirurgias.

O Ministério Público estuda processar os hospitais por danos causados aos pacientes. Em documento enviado à Anvisa, as vítimas acusam os médicos de omissão, ao garantir que os abscessos precisavam ser tratados apenas com água e sabão.

A chefe da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar de Belém, Nazaré Mota, disse que a situação fugiu ao controle porque nunca houvera antes um caso registrado em Belém.

– Estamos investigando os casos para descobrir o que aconteceu – contou ela. – A dificuldade é que os pacientes apresentaram os sintomas depois da alta.