Empossado na segunda-feira, 19 de março, o novo ministro da Saúde, José Gomes Temporão, terá como primeira medida a apresentação do "PAC da Saúde" ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O projeto inclui 22 ações, entre elas a criação de uma política nacional de atenção à saúde do homem, o investimento em tecnologia de ponta, incentivo à abertura da empresa nacional de hemoderivados – Hemobrás – o rigor no combate às fraudes e ampliação dos agentes comunitários nas grandes cidades.
– Não gostaria de chamar de PAC da Saúde, mas no fundo é um pouco isso, sim – ponderou.
No discurso durante a solenidade de transmissão de cargo, Temporão prometeu buscar a articulação entre as diversas esferas do governo federal para melhorar o sistema público de saúde. E disse ainda que o trabalho de combate a fraudes será feito por meio de mecanismos de controle com a participação da sociedade.
Em relação às indicações para os cargos do ministério, Temporão alegou que ainda é cedo para falar em nomes, mas afirmou que todas as indicações obedecerão a critérios técnicos.
– A gente vai levar em conta o passado ético e a capacidade dos futuros gestores – informou o ministro.
Temporão afirmou que as nomeações não deixarão de respeitar as indicações partidárias.
– Uma coisa não exclui a outra. Nada impede que o PMDB observe esses critérios ao sugerir os nomes – justificou. – A Saúde é um trabalho de promoção social. O que produz mais saúde é renda, emprego, habitação, saneamento e educação.
Segundo o ministro, a interação com os ministérios de Cidades e Meio Ambiente será um dos objetivos da gestão.
– Atualmente os agentes públicos lidam apenas com as conseqüências, não com os fatores determinantes que provocam doenças e a necessidade de atendimento público – reiterou.
Temporão disse que vai lutar para que o sistema público de saúde seja motivo de orgulho, como acontece na Inglaterra ou Canadá. E prometeu "decifrar a esfinge" do Rio de Janeiro.
– Não há nenhum motivo que explique porque a qualidade da saúde no Rio de Janeiro é tão ruim – observou Temporão, antes de lembrar que terá encontros em breve com o governador do Rio, Sérgio Cabral, e com prefeitos do Estado.
Pivô de disputa interna no PMDB por uma vaga no ministério de Luiz Inácio Lula da Silva, Temporão garantiu que "não está nem um pouco preocupado" com eventuais problemas relacionados à falta de força partidária durante sua gestão.