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Teste do Pezinho pode diagnosticar câncer e imunodeficiências primárias

Uma única picada no calcanhar dos bebês pode detectar com antecedência doenças sérias que afetam o desenvolvimento das crianças. Esse é o Teste do Pezinho, um exame de triagem neonatal obrigatório que deve ser feito após as primeiras 48 horas do bebê e até o quinto dia de vida. Tamanha é a importância que nesta segunda-feira, dia 6, comemora-se o Dia do Teste do Pezinho.

Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe, em Curitiba, é o único centro mundial a identificar – com uma gosta a mais de sangue coletada no teste – uma mutação ligada ao desenvolvimento de um câncer pediátrico, o tumor do córtex adrenal (TCA), e diagnosticar imunodeficiências primárias (IDPs).

A investigação precoce dessas doenças, a partir de testes genéticos, salva vidas. Descobrir as enfermidades em seu estágio inicial eleva a chance de cura em quase 100%.

A pesquisa

Entre 2006 e 2011, o Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe realizou um estudo no Paraná que analisou 172 mil amostras em busca de mutações genéticas, a fim de diagnosticar precocemente o TCA. “Na ocasião, 353 famílias foram classificadas com a doença – a maior concentração em um estudo do mundo. Além das crianças, suas famílias foram monitoradas e rastreadas, o que aumentou o índice para 180 mil amostras”, explica o PhD em cancelorogia e pediatria Bonald Figueiredo, responsável pelo estudo junto com outros 29 pesquisadores.

Todos os bebês que nasceram desde então das famílias acompanhadas ainda têm testes hormonais e ecografias realizadas periodicamente no Hospital Pequeno Príncipe. Isso representa mais de700 crianças em análises.

O estudo já ganhou dois grandes prêmios em função da relevância científica. Em 2006, recebeu Prêmio Saúde Oncologia América Latina, na categoria trabalho científico e, em 2013, o Prêmio Abril de Saúde, na categoria Saúde da Criança.

Desde 2015, os benefícios da pesquisa estão sendo expandidos. Atualmente, o instituto monitora 605 famílias com a mutação (21 mil pessoas). Além disso, os novos estudos ainda buscam identificar imunodeficiências primárias – um mau funcionamento do sistema imunológico presente desde o nascimento. A novidade representa ainda mais chances de cura e vida para milhares de pequenos pacientes.

Sobre o Complexo Pequeno Príncipe

O Complexo está localizado em Curitiba e trabalha na tríade assistência, ensino e pesquisa. Inclui o maior hospital exclusivamente pediátrico do país, com 370 leitos, que é referência em 32 especialidades, incluindo ortopedia, cardiologia e transplantes de coração, rim e medula óssea. Por ano, são mais de 300 mil atendimentos, sendo 23 mil cirurgias.

Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe desenvolve, atualmente, 100 estudos em sete linhas de pesquisas. Conta com uma equipe de 16 pesquisadores. Em parceria com a Faculdades Pequeno Príncipe mantém o doutorado em Biotecnologia Aplicada à Saúde da Criança e do Adolescente. A Faculdades oferece cursos de Medicina, Biomedicina, Farmácia, Enfermagem e Psicologia, além de dois mestrados na área de saúde e especializações.