O gasto per capita dos planos de saúde com a assistência a beneficiários entre junho de 2020 e junho de 2021 foi 18,2% mais alto do que nos doze meses anteriores, aponta a edição de janeiro do índice Variação do Custo Médico Hospitalar (VCMH), apurado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS). O VCMH foi superior à inflação de 8,4% medida pelo IPCA para o mesmo período.
Segundo a publicação, a alta reflete a queda acentuada nas despesas no primeiro trimestre da pandemia, que integra o período de comparação. Em fevereiro de 2021, a VCMH estava negativa em 1,7%, ainda refletindo a opção dos beneficiários em adiarem procedimentos e consultas devido à pandemia. A frequência apresentou retomada mais forte a partir de maio de 2021.
O índice
A VCHM/IESS considera preços unitários dos produtos e serviços utilizados por seus beneficiários pagos pelas operadoras de planos de saúde e, também, o volume de utilização desses itens pelos beneficiários em atendimentos médico-hospitalares.
A maioria dos itens que compõem os gastos das operadoras com assistência à saúde apresentaram uma VCMH positiva entre junho de 2020 e junho de 2021. As variações foram de 23,3% para Outros Serviços Ambulatoriais; 20,8% para Exames; 20% para Internação; e 14,6% para Terapias (14,6%). O único item com queda na despesa foi Consultas (-2,9%).
Perspectivas
Análise da revista Medicina S/A aponta que, à vista deste comportamento, pode-se esperar um aumento ainda maior para o próximo cálculo da VCMH, relativa a setembro de 2021, pela simples razão de que entrará na apuração um trimestre (terceiro de 2021) de despesas mais altas do que as do terceiro trimestre de 2020, que se desloca para os doze meses anteriores.
A amostra utilizada no cálculo foi de 704,9 mil beneficiários em junho de 2021. A metodologia é reconhecida internacionalmente e aplicada na construção de índices de variação de custo per capita em saúde nos Estados Unidos, como o S&P Healthcare Economic Composite e Milliman Medical Index.