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Litoral está sem leitos públicos de UTI

SAÚDE-Fechamento de hospital deixa mais crítico o atendimento à população litorânea
Quatro únicas unidades de emergência dispobilizadas pelo SUS eram da Santa Casa de Paranaguá

O fechamento da Santa Casa de Misericórdia de Paranaguá deixou o litoral paranaense sem nenhum leito de UTI disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Para conseguir internamento, os pacientes precisam ser transferidos para a região metropolitana de Curtiba. A Santa Casa de Paranaguá concentrava os únicos quatro leitos que atendiam a região.

A situação do atendimento público de saúde no litoral já era insuficiente antes do fechamento da Santa Casa, há doze dias. O número total de leitos credenciados ao SUS caiu de 291 para 218. A proporção fica abaixo de um leito para cada mil habitantes, quando o número recomendado pela Organização Mundial da Saúde é de 2,5 para mil habitantes. Para os 248 mil habitantes do litoral seriam necessários, no mínimo, 20 leitos de UTI.

O diretor da Secretaria de Estado de Saúde, Gilberto Martins, reconhece que o número total de leitos no litoral deveria ser de 622. “É uma das poucas regiões que está deficitária”, admite. Apenas seis hospitais de pequena e média complexidade estão atendendo à população do litoral. Parte do Pronto Socorro da Santa Casa foi transferida para um posto de saúde 24 horas. Martins acrescenta que há uma retaguarda de 54 leitos de UTI em Campina Grande do Sul e São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, e duas UTIs móveis à disposição.

A secretaria não estuda a possibilidade de contratar temporariamente hospitais particulares para atender a população até que o déficit de leito seja minimizado. O administrador do Hospital Paranaguá, Luciney Mendes, diz acreditar que se forem negociados valores acima dos pagos pelo SUS, poderia dispor de parte dos leitos convencionais e de UTI para o atendimento emergencial. A partir da reabertura da Santa Casa, prevista para 1.º de julho, a secretaria avaliará a necessidade de novos investimentos no litoral.

Ivo César Mendes Júnior, de 26 anos, sentiu na pele a falta de atendimento especializado depois do fechamento da Santa Casa. Ele sofreu um acidente de moto e teve fratura exposta em uma das pernas. Foi atendido pelo Siate e encaminhado para um posto de saúde, onde foi informado que teria que esperar mais de 24 horas até ser removido para Curitiba. “Desmaiei várias vezes de tanta dor”, conta. Os familiares decidiram trazê-lo por conta própria para Curitiba, onde foi operado no Hospital Cajuru.

Katia Brembatti